Morreu, na tarde desta quinta-feira (14), no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, o ex-ministro da Justiça Fernando Lyra, aos 74 anos. O velório será na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta sexta-feira (15), e o enterro no cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife.
Em nota oficial, o Incor informou que a causa da morte do ex-ministro foi falência de múltiplos órgãos. “O ex-ministro estava internado para tratamento de descompensação de insuficiência cardíaca congestiva grave (que o acometia há aproximadamente 20 anos), associada a quadro de infecção sistêmica e à insuficiência renal aguda”, diz a nota.
O senador Armando Monteiro (PTB) enviou uma nota lamentando o falecimento de Fernando Lyra e destacando sua importância na trajetória política do país.
“Fernando Lyra cumpriu de forma exemplar a sua passagem pela vida pública do país. Durante os tempos duros do regime autoritário, foi um firme combatente, que nunca deixou de levantar a voz nos momentos mais difíceis. Ao longo do processo de abertura política, desempenhou importante papel na construção da candidatura de Tancredo Neves, que inaugurou a Nova República; foi um ministro da Justiça permanentemente atento às causas da cidadania e da ampliação das liberdades democráticas. No convívio pessoal, imprimiu as marcas de sua inteligência, afabilidade e boa convivência, sempre temperados com humor e ironia. Ele deixa a todos nós um irrecusável legado. Neste momento, transmito a toda a sua família a expressão do nosso pesar e solidariedade.”
Fernando Lyra fez história e Pernambuco lhe deve muito
Por Machdo Freire
Pernambuco perdeu Fernando Lyra. Fernando Lyra fazia parte de um grupo -Marcos Freire, Cristina Tavares, Roberto Freire, Jarbas Vasconcelos,Egidio Ferreira Lima, Mansueto de lavor, Gonzaga Patriota e mais uma dezena de guereiros, fora milhares de anônimos e injustiçados que lutaram de forma aberta e determinada pelo fim da ditadura em nosso pais.
Eu tenho orgulho e me sinto honrado de ter feito parte desse grupo e contribuido também de forma determinada para que um dia reconquistássemos o direito de ir e vir, mesmo com as mazelas que continuamos enfrentando.
É muito dificil fazer uma política para a implantação de uma democracia plena, pois vivemos em um país einvado de vícios -deles insanáveis, como os que hoje atingem a cúpula das duas casas que formam o Congresso Nacional.
O que também nos deixa muito tristes é o fato de que enquanto lutamos para que os pobres tenham uma vida melhor, um punhado de gestores continuam praticando atos imorais, confundindo (propositada e de fora deliberada) o público com o privado.
Convivi com o velho João Lyra Filho, pai de Fernando e do nosso atual vice-governador João Lyra Neto, quando este era deputado estadual. Tinha um comportamento exemplar e era um dos mais assíduos na Casa de Joaquim Nabuco.
Gostaria enormemente que a juventude do nosso Estado de Pernambuco -através dos seus pais, parentes e amigos mais próximos, recebesse ensinamentos sobre política com P maíúsculo, contribuindo para que o seu futuro fosse melhor.
Hoje nós vivemos em um país onde o jogo de carta marcada virou praxe: são dois pesos e duas medidas e está de volta a chamada “lei do Gerson”, onde impera o “EU” em primeiro lugar !
A desigualdade social continua alarmante e a sociedade está desorientada e completamente alienada, sem acreditar quase nada na classe política. E o pior: não reage !
Que viva Fernando Lyra !
Esse sim era um pernambucano de verdade, lutor pela democracia do nosso pais, que Deus der a alma dele um descanso eterno.