Ex-reitor pro tempore da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), o Professor Paulo César Fagundes Neves resolveu se manifestar acerca de entrevista coletiva realizada na última quarta-feira (8) pelo atual pro tempore, Julianeli Tolentino. Na ocasião, este apresentou um relatório da situação orçamentária e financeira da Univasf, fazendo ressalvas à gestão do seu antecessor, que ficou no cargo por quase três anos. Paulo César contestou vários pontos do relatório.
Confiram a nota enviada ao Blog pelo Professor Paulo César:
Exerci o cargo de Reitor da UNIVASF, designado na condição de pro tempore (temporário) no período de 19/04/2020 a 19/01/2023, designado na forma da lei, toda vez que seja configurada a vacância do respectivo cargo e não houver condições para o seu provimento regular e imediato, como exige a legislação que regula a matéria.
Como servidor público docente vinculado à UNIVASF e tendo exercido o cargo maior daquela minha instituição, a exemplo de outros que nos sucederam, como agora me sucede o Prof. Dr. Julianeli Tolentino Lima, também na mesma condição de Reitor pro tempore, lamento que a imprensa e a sociedade de modo geral sejam instadas a alimentar e realimentar narrativas ideológicas de grupos que, por mera conveniência política, atribuam qualificação convenientemente antagônica a uma designação pro tempore, caracterizando-se “interventora” quando nomeado por um governo e “democrática” quando nomeado por outro governo.
Do ponto de vista administrativo, também é com muita tristeza que assisto à tentativa de atribuir ao meu curto tempo de gestão a condição de “vácuo administrativo” na instituição UNIVASF. São municiadas, o tempo todo, narrativas de precarização e desmonte institucional, piora das condições de laboratórios e da infraestrutura predial, serviços de modo geral e outras.
No entanto, não se dão conta de que herdei uma gestão da UNIVASF que exerceu dois mandatos consecutivos (2012 a 2020), e que atual o vácuo de gestão de um Reitor nomeado regularmente e com mandato também não foi ocasionado, seja por este ex-Reitor pro tempore, por terceiros, pelo governo anterior ou mesmo grupos antagônicos politicamente ao atual Reitor pro tempore e ex-Reitor de 2012-2020.
É crucial e honesto esclarecer que assumi uma UNIVASF com calendário acadêmico suspenso por conta da pandemia de COVID-19, cenário orçamentário e financeiro vulnerável (como ainda o é), grandes passivos em todas as infraestruturas da universidade, consequência da falta de manutenção predial regular (que não me cabe especular as causas) e que foram agravadas com períodos de intensas chuvas, obrigando a interdição de espaços importantes como bibliotecas, auditórios, alojamentos estudantis, obras por finalizar, etc.
Do ponto de vista político-administrativo, também enfrentei desgaste provocado pela narrativa de gestão “interventora e golpista”, repercutindo em grande dificuldade para a formação de equipes experientes, mas que com o tempo se revelou como janela de oportunidade para novos atores, teoricamente alijados de oportunidades na gestão anterior.
Foi nesse cenário de pandemia e com recursos escassos que conseguimos atualizar a repactuação de diversos contratos de serviços continuados relativo a exercícios anteriores, licitar serviços de manutenção e reforma de espaços importantes como o Multieventos em Juazeiro, alojamento de estudantes em São Raimundo Nonato, conclusão das obras em Senhor do Bonfim e Paulo Afonso, usina fotovoltaica em Juazeiro, poço artesiano em Petrolina, reestruturação completa do Espaço Plural, reforma dos laboratórios do Campus de Ciências Agrárias, retomada das negociações para a doação definitiva do terreno para construção do campus Salgueiro, atualmente com obras iniciais licitadas.
No campo da interação com a sociedade, foram implantados laboratórios importantes como o de diagnóstico molecular de COVID-19, criação de camarões de água salgada e a viabilização de TEDs para financiar iniciativas importantes junto à Funasa (curso de Especialização em Saúde Ambiental e Saneamento para Comunidades Rurais), Extensão Agrotecnológica e outros, com um destaque especial à aprovação da “Cota Regional”, que garantiu bônus de 10% na nota para candidatos naturais da região de influência da Univasf no semiárido nordestino.
É com esse espírito desapegado de vaidades menores que registro, agradeço e faço justiça a todos que contribuíram de forma responsável com a minha gestão (servidores, estudantes, governantes, parlamentares, setor produtivo, etc), dizendo do meu orgulho e satisfação de dever cumprido como Reitor pro tempore da Univasf de abril de 2020 a janeiro de 2023.
Paulo César Fagundes Neves/Ex-Reitor Pro Tempore da Univasf (abr./2020 – jan. 2023)
Julianeli e Paulo Cesar exercem exatamente o mesmo cargo, e foram “eleitos” exatamente da mesma forma: canetada do Executivo. Se um é “golpista”, também o é o outro. Lembremos que a intervenção inicial se deu exatamente por conta de uma tentativa de golpe na lista tríplice da eleição passada, para tentar obrigar Bolsonaro a nomear um candidato de esquerda, mas ele não caiu nessa.
QUANDO SE FALA EM GOLPE AQUI NO BRASIL TDS OS BRASILEIROS JA SABE QUE É O PAI DO GOLPE ! É AQUELE QUE FUGIU DO PAIS ANTES DO TERMINO DO SEU MANDATO. O PAI DA MENTIRA. O PAI DA DESTRUIÇÃO.
Bem, se o governo golpista foi uma devastação por onde passou, mas para quem o segue acredita que foi construção, não se iluda, que quem ele indicou seguiu a mesma devastação. Quem não viu e ouviu a gritaria de falta de verbas nas Universades Federais? Então os seus indicados seguiu a risca os ditames de seu chefe.