A seca está provocando mudanças radicais na economia da região. Em Juazeiro, o abatedouro frigorífico Lamm decidiu suspender temporariamente o abate de caprinos e ovinos, devido à falta de animais adequados para comercialização.
A medida foi tomada porque a falta de pasto, devido à longa estiagem, não tem deixado os animais com peso ideal para abate. Nesse período, apenas criadores que suplementam a alimentação de seus rebanhos conseguem atender a pequenas escalas.
Segundo a administração, a preferência do frigorífico é por animais caprinos com peso entre 11 e 15 quilos, e ovinos entre 13 e 20 quilos. Outro fator apontado pelo frigorífico para a queda na oferta de animais é a propensão ao abate clandestino na região. “O risco sanitário do abate clandestino não compensa a prática ilegal. Trabalhamos com um preço competitivo pelo abate dos animais com toda segurança para o criador e para o consumidor”, alerta o gestor Marcos Malta.
Para atender à demanda crescente de carnes caprina e ovina no país, a empresa precisaria de 300 caprinos e 150 ovinos por semana. A capacidade total de operação absorve o abate de 3,3 mil cabeças por mês. O último abate realizado foi no começo do mês (7 de outubro).
Nesta sexta-feira (25) haverá uma reunião no Lamm, localizado no distrito industrial, entre representantes da empresa e da ONG Bioma Caatinga para discutir como o programa pode auxiliar nessa questão, já que mantém 40 Agentes de Desenvolvimento Rural Sustentável (ADRS) orientando 1,2 mil produtores em comunidades de Juazeiro, Remanso, Casa Nova, Curaçá e Uauá – no norte do estado. As informações são do Bioma Caatinga.