A ausência de pesquisas e de financiamento se constitui no maior empecilho aos produtores e empresários da viticultura do Vale do São Francisco. A afirmação foi feita pelo vice-prefeito de Santa Maria da Boa Vista (PE), José Gualberto Almeida, durante a 31ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Viticultura, Vinhos e Derivados do Vale do São Francisco – entidade ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) – na manhã desta sexta-feira (23) na Embrapa Semiárido.
José Gualberto, que também é presidente da Valexport e representante da Câmara no Vale, lamentou que a falta de incentivos para o setor esteja na contramão da história protagonizada pela região no que se refere à cultura da uva e do vinho.
“Temos uma bonita história que remete ao início dos anos 70, cresceu com a chegada de vários empreendimentos privados e agora precisa crescer e diversificar, inclusive com a ampliação da produção de suco de uvas e a obtenção da Indicação Geográfica de Procedência para o nosso vinho. E isso passa necessariamente pela liberação de recursos governamentais para a realização de mais pesquisas e financiamentos no setor”, avaliou.
Ele lembrou também que hoje o Vale produz anualmente 261 mil toneladas de uvas de mesa e que as seis vinícolas em operação respondem pela produção anual de 5 milhões de litros de vinhos finos e 100 mil litros de sucos de uva.
Durante o encontro, realizado pela primeira vez no Nordeste, representantes de diversas entidades – a exemplo da Embrapa, Sebrae, Ibraf e Ibravin – discutiram assuntos como o Fundo Nacional para Promoção e Ordenamento do Mercado Vitivinícola Brasileiro, perspectivas para implantação do Cadastro Vinícola Nacional e a estrutura de gestão do Programa de Modernização Vitivinícola (Modervitis).
Oportuna
Segundo o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Viticultura, Vinhos e Derivados, Arnaldo Passarin, a reunião foi extremamente positiva e oportuna. “Apresentamos, pela primeira vez no Nordeste, os objetivos da nossa Câmara, além das discussões bastante produtivas acerca das políticas de controle de estoques de vinho e a validação dos nomes para a Comissão Vinícola Nacional”, disse. Representantes de várias partes do país aproveitaram ainda o encontro para avaliar os impactos do resultado da audiência pública realizada pelo MAPA, no último mês de julho, sobre o aumento do percentual de suco concentrado de uva nos néctares, ampliando o mercado do produto. (Fonte/foto: CLAS Comunicação)
“Posso reduzir os defensivos e até dançar pelado no meio dos vinhedos, mas deixar a Lua determinar quando vou tomar cada passo na elaboração dos vinhos, aí já é demais.” Enólogo Mario Monticelli, da vinícola norte-americana Trinchero Napa Valley, mostrando que a cultura biodinâmica não é unanimidade entre os produtores.