Falta de repasse nos recursos prejudica atendimento no Hospital Regional em Ouricuri

por Carlos Britto // 23 de fevereiro de 2018 às 10:01

A falta de repasse nos recursos para o Hospital Regional Fernando Bezerra (HRFB) em Ouricuri (PE), no Sertão do Araripe, já tem causado reflexos no atendimento e na qualidade do serviço. Médicos e profissionais reclamam do atraso de salários e da falta dos medicamentos e produtos para o atendimento básico aos pacientes. A unidade médica é administrada pela Santa Casa de Misericórdia, referência para toda área da 9ª Gerência Regional de Saúde (Geres), e engloba os municípios de Ouricuri, Araripina, Bodocó, Exu, Granito, Ipubi, Moreilândia, Parnamirim, Santa Cruz, Santa Filomena e Trindade.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Alexandre Arrais, da Regional de Ouricuri, a crise econômica que atinge os governos estaduais e municipais acaba trazendo problemas para os setores da educação, saúde e segurança. Os médicos não estão imunes, o que resulta em aflição para a categoria e funcionários do HRFB. De acordo com Alexandre, as condições de trabalho precárias acarretaram na suspensão das cirurgias eletivas e aumentaram a fila de espera. “A situação é desconfortável para todos nós, médicos. De 10 leitos na UTI, três foram desativados“, assinalou.

Faltam medicamentos, luvas e equipamentos para determinadas cirurgias. Na semana passada, por exemplo, houve a possibilidade da não abertura do bloco cirúrgico, porque não havia máscaras – que foram compradas em regime emergencial pela gestão do hospital. Os fornecedores reclamam que estão sem receber os recursos financeiros, que têm refletido na entrega dos produtos e insumos.

Falta de repasse

Por sua vez, a Santa Casa alegou que os atrasos salariais são decorrentes da falta de repasse de recursos do Governo do Estado e frisou que outras unidades terceirizadas em outras cidades, mesmo com atrasos de pagamentos, estão funcionando normalmente. “Não estamos aqui para apontar culpados, e sim para pedir que haja soluções para fazer da comunidade parceira da região do Araripe. De nossa parte, mesmo com atraso salarial, não existe movimento de paralisação. Apenas lamentamos que, muitas vezes, precisamos atender, resolver o problema, porém não dispomos de equipamentos e melhores condições. Nossa profissão se equilibra entre ‘o pouco e o nada tem’“, completou.

O Blog já entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde e aguarda uma resposta sobre o assunto. (foto/arquivo divulgação)

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