O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho, não para. Com uma agenda atribulada nos quatro cantos do Estado, ele esteve mais uma vez em Petrolina, ontem (28).

Aproveitou a ocasião e concedeu uma entrevista ao Blog, na qual revelou notícias alvissareiras – como gosta de alardear. Uma delas é a licitação de sistemas adutores que levarão água do Pontal para quase 7.500 pessoas na zona rural.

Bezerra Coelho também deu detalhes sobre a licitação do Projeto Pontal, da viabilidade das Parcerias Público-Privadas (PPPs) como alternativa para os projetos irrigados da região e também comentou as críticas que o Governo do Estado tem recebido. É o que você confere nesta primeira parte:

Água para o sequeiro

Na realidade essa é uma luta do deputado federal Fernando Filho, que agora se incorpora ao governador Eduardo Campos, no sentido de conseguirmos nos mês de setembro a autorização por parte da Casa Civil, do Ministério da Integração Nacional e da presidência da Codevasf a inclusão nas obras para a licitação dos sistemas adutores que vão beneficiar quase 7.500 pessoas que participam do projeto Pontal na área de sequeiro. A adutora principal é a de Vira-Beijú, que vai captar água dentro do próprio canal do Pontal e vai levar água até o povoado do Caititu. São diversas comunidades a serem atendidas e isso vai contribuir de forma importante para também incluir os pequenos proprietários na experiência positiva do projeto Pontal.

Licitação do Pontal

O projeto Pontal deverá ter seu edital de licitação lançado agora no mês de setembro. A gente acredita que até fevereiro do próximo ano, ou no início de março, nós tenhamos a licitação homologada para que a gente possa ter incorporado ao desenvolvimento de Petrolina aproximadamente oito mil hectares.

Atraso nas obras do Pontal

Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que as obras do Pontal de fato estão atrasadas, mas elas não estão atrasadas somente nesse governo. Elas já vinham atrasadas no governo anterior. O Pontal foi lançado, a ideia ainda, em 1992. Portanto dez anos depois que Lula veio a assumir a Presidência da República, o Pontal ainda está em fase de implantação.

PPPs: a redenção dos projetos irrigados?

Depois da chegada de Lula ao governo federal, se discutiu essa possibilidade de mexer no modelo de irrigação. Por que? Porque em diversos perímetros no Nordeste afora, havia uma grande ociosidade da terra. Ou seja: você investia, e as terras não produziam. Então era importante repensarmos o modelo de implantação desses perímetros públicos. E foi isso que a Codevasf fez. A crítica que nós aceitamos é de que houve uma certa lentidão nesses estudos. O modelo da Parceria Público-Privada (PPPs), que incorpora o conceito da empresa-âncora agrícola e da empresa responsável pela infraestrutura da oferta da água de fato demorou. Mas agora, depois de toda a pressão do governador Eduardo Campos e do deputado Fernando Filho, a Casa Civil da Presidência da República está prometendo a publicação da Medida Provisória para ainda este mês de agosto, até o dia 31, que vai regulamentar a outorga d’água e com isso liberará a Codevasf para o lançamento do edital.

Novas culturas

Diversos grupos estão debatendo com o Banco Mundial e com a Codevasf a proposta de ocupação dessas áreas e que tipo de atividades poderemos ter aqui. Poderemos ter atividades de produção de leite, fumo, atividades voltadas à produção de oleaginosas. Tudo isso procurando fazer aquilo que está sendo colocado com muita ênfase pelos produtores do Vale do São Francisco, que é a diversificação. Não podemos reproduzir um modelo continuando com mais manga e uva porque isso termina saturando o mercado. É preciso incorporar outras culturas, como a citricultura, quem sabe a laranja ou limão. Portanto eu estou muito otimista de que um novo modelo vai representar um novo impulso ao programa de irrigação do governo federal. Dando certo com o Pontal, e estamos animados que dará certo dentro desse novo conceito, nós teremos condições de acelerar a implantação do Canal do Sertão e do Canal do Terra Nova, que vai levar agricultura irrigada para o Sertão Central e para outras regiões do Nordeste.

Investimentos do Estado

Aqui mesmo em Petrolina, como no resto do Sertão do São Francisco, do Sertão de Pernambuco, no Agreste, na Zona da Mata, a presença do Governo do Estado é muito forte em todas as áreas. Na educação, por exemplo. Aqui em Petrolina, diversas escolas reformadas, novas escolas sendo construídas. Hoje (ontem) mesmo nós estamos viabilizando uma nova escola para o projeto Maria Tereza. É uma escola de segundo grau que vai atender aos anseios daquela comunidade. Os investimentos nas área de estradas, a estrada que liga Urimamã até Parnamirim, as estradas que estamos fazendo pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico em Petrolina, como a estrada do Capim, que só falta concluir o acesso e a ponte. A estrada que vai ligar Uruás com as vicinais do próprio projeto Pontal. São mais de 60 quilômetros de estradas pavimentadas onde a secretaria, o Governo do Estado e a Codevasf estão investindo mais de R$ 20 milhões. Obras de saneamento que a Compesa vem realizando na cidade de Petrolina, recuperando todo o sistema adutor antigo e a estação de tratamento do Centro. Portanto para onde você for analisar, em qualquer área, tem uma presença muito forte do Governo, não só com obras de pedra e cal como de assistência social, como é o caso do Chapéu de Palha que chegou ao São Francisco. E obras de infraestrutura para alavancar o desenvolvimento econômico, como a recuperação do distrito industrial, que termina sendo um instrumento valioso na captação de investimentos para nossa cidade.

Críticas ao governador

Se for feita uma análise serena, e as pesquisas já indicam isso, uma das maiores aprovações ao governador é no sertão do São Francisco. É o reconhecimento da cidade de Petrolina pela intensificação dos investimentos na área de segurança, educação, infraestrutura. Portanto eu acho que o Governo do Estado vem realizando em todas as regiões de Pernambuco. Mas é evidente que temos ainda muitos desafios, muitos problemas, e por isso mesmo certamente essa administração merecerá o apoio para prosseguir o seu trabalho.