Funcionários do Hospital Promatre, em Juazeiro (BA), estariam com pagamentos atrasados e ainda recebendo abaixo do salário mínimo. A informação é de uma colaboradora, que prefere não se identificar. Segundo ela, muitos funcionários que recebiam de R$ 1.200,00 a 1.400,00 estariam recebendo apenas R$ 600,00 por mês.
“Eles [responsáveis pelo hospital] simplesmente decidiram tirar metade do salário dos colaboradores ativos para pagar os colaboradores que saíram pela justiça”, afirma. Ela diz que nem adicional – que é obrigatório por lei – os funcionários estariam recebendo. “Tem gente passando necessidade”, completa.
A funcionária diz, ainda, que os funcionários seriam impedidos de deixar o hospital na hora do almoço. “O colaborador tem direito de pelo menos uma hora de almoço, e nessa hora ele pode fazer o que quiser. Mas no hospital Promatre o colaborador é obrigado, isso mesmo, obrigado, a ficar interno na empresa, sem poder sair para lugar nenhum”.
Resposta
Sobre as denúncias apresentadas, a superintendência do Hospital Promatre confirma, em nota, o atraso de salários, mas alega que a culpa é da crise econômica, do não reajuste de tabela pelo Serviço Único de Saúde (SUS) e da redução para 50% do valor do contrato com a Prefeitura de Juazeiro. Sobre a denúncia de funcionários receberem abaixo do piso, a direção nega.
Acompanhem a nota, na íntegra:
Como é de conhecimento público, grave crise acomete a rede de hospitais filantrópicos credenciados ao SUS. A Promatre encontra-se sem reajuste da sua tabela há 14 anos, e o contrato com o município de Juazeiro foi reduzido para menos de 50% do valor que recebida em 2009.
Mesmo com ajustes internos, visando à manutenção dos serviços sem prejuízos aos pacientes, atrasos salariais acabaram ocorrendo em alguns momentos, porém com perspectiva de resolução a curto prazo.
Quanto à denúncia absurda de que funcionários recebem abaixo dos pisos salariais obrigatórios por lei, não passa de grave calúnia, art. 138 do código penal, que será devidamente apurada.
O Hospital Promatre persistirá impávido na sua nobre missão de compor a rede SUS, honrando os seus 65 anos de história.
Atenciosamente,
Pedro Borges Viana Filho/Superintendente
É um mundo sem coração
Essa situação já vem se arrastando há algum tempo, e quando falam que não estão recebendo nem o equivalente a um salário mínino, é a mais pura verdade! E sempre com esse mesmo pretexto, de que não há reajuste na tabela SUS, mais os repasses são feitos mensalmente, isso é pura e tão somente falta de administração, prioriza coisas bem menos necessárias e deixa os funcionários sempre pra o que sobrar. E o pior de toda essa história – sim, tem coisas piores a se falar – é que o ministério do trabalho, ministério público do trabalho, sindicatos, todos tem conhecimento dessa situação e não fazem simplesmente NADA!!!
Essa situação vem acontecendo há quase 5 anos. O pessoal está recebendo salários abaixo do mínimo sim! Não está sendo pago insalubridade/periculosidade, setor fechado e outros adicionais do salário. Muitas pessoas estão passando necessidade e recorrendo a ajuda de familiares. Cara de pau do dono de vim dizer que isso não passa de calúnia.