Vereador estreante na Casa Plínio Amorim, o Professor Gilmar Santos (PT) deixou visível sua insatisfação com a postura da Mesa Diretora, neste primeiro ano de trabalhos da atual legislatura. A gota d’água foi a eleição da Mesa Diretora para o biênio 2019/20, que culminou com o quinto mandato de Osório Siqueira (PSB) à frente da Câmara Municipal de Petrolina.
Nesse ponto, o Professor Gilmar não poupou nem mesmo o líder de sua bancada, Paulo Valgueiro (PMDB), e de Domingos de Cristália (PSL), que referendaram a reeleição de Osório. Apesar do grupo oposicionista manter um bom diálogo e cada um ter “um nível de autonomia” na Casa, o petista mostrou uma certa decepção pela escolha de ambos.
Gilmar lembrou que no início deste ano, Valgueiro e Domingos de Cristália haviam votado contra a proposta de reeleição de Osório. Portanto, esperava-se que mantivessem o mesmo posicionamento na última terça-feira (26), durante a eleição da Mesa. “A história da gestão de Osório Siqueira nesta Casa não expressa compromisso com a transparência, nem com a organização e nem com uma relação de credibilidade com a sociedade petrolinense. Não faz sentido dar mais uma oportunidade, já que foram quatro. Agora teremos a quinta. Penso que o voto dos colegas foi motivado por interesses diversos que só eles podem responder”, analisou.
Gilmar destacou o trabalho responsável de Valgueiro à frente da bancada, sobretudo em relação ao estudo das matérias e proposição de projetos. Mas no caso da reeleição de Osório, ele divergiu do líder e acredita que esse posicionamento de Valgueiro compromete a oposição. “É uma questão que iremos palavrear e esperamos em 2018 cumprir melhor o nosso papel”, destacou.
Cancão
Gilmar também não deixou barato as declarações do governista Ronaldo Cancão (PTB), o qual afirmou que ele tem conversa de “miolo de pote”, referindo-se ao fato de não ter acionado a justiça, já que criticou o processo eleitoral da Mesa. “Em nenhum momento nós afirmamos que a eleição da Mesa era ilegal. O que afirmamos é que nem tudo que é legal, é moral”, disse Gilmar.
Segundo o petista, a “imoralidade” está no fato de a eleição ter sido antecipada em um ano, sem levar em conta a opinião pública de Petrolina. “Aí você pega uma gestão que não é bem avaliada, e se antecipa uma eleição, dando a essa gestão mais dois anos de mandato”.
Gilmar ainda sugeriu a Cancão “conversar com o povo”, uma vez que ele não considera “imoral” a eleição da Mesa. “Eu sei que o vereador gosta de estar gritando, falando alto, muitas vezes se esquivando de ouvir a população, muitas vezes agredindo a presença da população aqui. Essa é uma dele fazer política. A minha é sempre de respeitar o sentimento do povo”, alfinetou.
Perguntado sobre o que esperar da postura de Cancão como 1°vice-presidente da Mesa Gilmar foi categórico. “Essa gestão vai acontecer em 2019. Nós temos um ano ainda para identificarmos se o vereador vai evoluir no sentido de aperfeiçoar sua forma de diálogo e de compreender as leis. Esperamos que ele cumpra seu papel dentro da legalidade respeitando as pessoas, respeitando os pares. No grito, na arrogância, esse tipo de comportamento não ajuda”, afirmou.
O petista prometeu ainda que cobrará a prestação de contas dos recursos públicos que entram no Legislativo, embora ressalte que isso seja uma obrigação da Mesa Diretora. Daí, segundo Gilmar, sua desconfiança de que esses recursos sejam utilizados como forma de cooptação, a exemplo do que acredita ter ocorrido em relação ao processo eleitoral da Mesa.