O vereador Professor Gilmar Santos (PT) voltou a criticar a postura do governo municipal com a bancada de oposição na Casa Plínio Amorim. O motivo, mais uma vez, diz respeito a dificuldades da bancada em obter informações acerca de projetos de lei do Executivo enviados à Câmara de Vereadores. Por conta disso, o bloco oposicionista liderado por Paulo Valgueiro (MDB) decidiu se abster de votar em duas matérias de autoria do governo, referentes à alienação de dois imóveis em Petrolina. Os projetos, na verdade, já tinham sido aprovados na gestão do ex-prefeito Julio Lossio (PSD), mas não houve tempo hábil para Lossio consolidar a venda.

O atual prefeito Miguel Coelho (sem partido), então, reeditou os projetos e os encaminhou ao Legislativo. Ambos foram aprovados na sessão plenária da última quinta-feira (8), por 14 votos – incluindo o do vereador oposicionista Gabriel Menezes (PSL). Os outros quatro da bancada, entre eles Professor Gilmar, se abstiveram da votação.

“Nós, da oposição, nos posicionamos críticos não porque não temos compromisso com as políticas de saúde, mas pela falta de informações, de transparência”, analisou Gilmar. O vereador citou, como exemplo, o CAPS/AD, localizado na Vila Mocó, área central da cidade. Destinado a assistir usuários de álcool e outras drogas, o equipamento está há cerca um ano construído, com equipamentos novos, mas nunca foi colocado à disposição da população.

Ele lembrou também a Casa de Parto, que mesmo com recursos federais se arrasta por quase um ano em construção. “Por que, agora, o prefeito quer vender um patrimônio público municipal, se não existe nenhum debate, nenhuma transparência sobre o porquê da interrupção dessas obras? Diante disso nós nos abstivemos e vamos continuar lutando  por essas informações. E claro, na medida em que tivermos essas informações, vamos ter uma posição mais substancial em defesa da população”, pontuou.

MPPE

Gilmar frisou que, diante da atual conjuntura, os vereadores da oposição têm acionado o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) no intuito de garantir que possam cumprir seu papel de agentes fiscalizadores da administração municipal. “A gente vem utilizando todos os mecanismos possíveis para garantir essa transparência. Nós gostaríamos muito que houvesse uma responsabilidade do governo, até pelos princípios da administração pública, chamasse os vereadores tanto de situação, quanto de oposição. Nós temos ido ao Ministério Público, já que lamentavelmente os vereadores desta Casa derrubam nossos requerimentos. Temos conseguido esse auxílio através do Ministério Público, mas também por força da Lei de Acesso à Informação, e estamos utilizando essa lei para garantir as informações que solicitamos”, concluiu Gilmar.