Governo Eduardo Campos pode criar secretaria para o semiárido

por Carlos Britto // 26 de janeiro de 2013 às 14:11

DSC_0048O Estado pode ganhar em breve uma nova secretaria. Pelo menos é o que espera o Clube de Engenharia de Pernambuco (CEP). A criação da Secretaria de Articulação das Ações no Semiárido seria a única solução, na opinião dos engenheiros, para uma convivência harmoniosa do sertanejo com o semiárido, principalmente, em época de seca como a que está acontecendo agora. O projeto de lei foi enviado ao governador Eduardo Campos e é uma das ações do simpósio “Problemas e Riquezas do Semiárido”, aberto ontem, no auditório do Hotel Mercure, na Ilha do Leite.

Composto por cinco artigos, o documento determina que a Secretaria de Articulação das Ações no Semiárido deve ter por finalidades coordenar as políticas, diretrizes, estudos, programas e projetos do Governo voltado para o desenvolvimento integrado da região. “A proposta de uma secretaria específica para a questão do semiárido veio depois que percebemos uma completa desarticulação no combate à seca, um fenômeno cíclico, mas que nunca estamos preparados para conviver com ela como fazem outros países”, afirmou o presidente do CEP, Alexandre Santos.

Atualmente o Governo trabalha a partir de um comitê que integra, dentre outros órgãos, as competências das Secretarias de Agricultura e Reforma Agrária, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Desenvolvimento Econômico, Planejamento e Gestão e a de Ciência e Tecnologia. “O semiárido cobre mais do que 88% do nosso território, não podemos continuar acreditando que ações paliativas vão resolver o problema. O semiárido tem que ser prioridade, pois podemos transformá-lo em uma região extremamente rica e produtiva”, defendeu Santos.

Os exemplos de um semiárido rico foram colocados pelo engenheiro agrônomo José Geraldo Eugênio de França, o primeiro palestrante de um ciclo de debates que terá, no mínimo, seis meses. “O meio-oeste dos Estados Unidos é um exemplo clássico de como o planejamento e a execução de políticas públicas de longo prazo são a única saída. Os americanos amargaram dez anos de seca entre 1930 e 1940, a mesma região é hoje a principal área produtora de grãos como trigo, no país”, destacou.(Fonte: Folha PE)

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