Governo exonera o número 2 da Abin, Alessandro Moretti

por Carlos Britto // 31 de janeiro de 2024 às 09:46

Foto: Agência Senado/reprodução

Em meio a polêmicas sobre a investigação de uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu nesta terça-feira (30) o diretor adjunto do órgão, Alessandro Moretti. As mudanças foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

Para ocupar o cargo, Lula escolheu Marco Cepik que, atualmente, comanda a Escola de Inteligência da Abin. As trocas na cúpula da Abin ocorrem após uma operação da Polícia Federal (PF) revelar uma suposta espionagem ilegal realizada pela agência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com as investigações, a agência monitorou de forma ilegal diversas autoridades e pessoas envolvidas em investigações, além de desafetos do ex-presidente. A investigação da PF também cita um possível conluio entre investigados na operação e a atual gestão da Abin.

Os monitoramentos envolviam o uso do software “First Mile”, ferramenta de geolocalização que permite identificar as movimentações de pessoas por meio dos celulares delas. O software é capaz de detectar um indivíduo com base na localização de aparelhos que usam as redes 2G, 3G e 4G. Para encontrar o alvo, basta digitar o número do seu contato telefônico no programa e acompanhar em um mapa a última posição. O uso indevido da Abin teria ocorrido quando o órgão era chefiado pelo deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), aliado da família Bolsonaro. O parlamentar foi alvo de operação da PF. Ele nega participação em qualquer prática de espionagem ilegal.

Moretti foi nomeado diretor adjunto da Abin em março de 2023, já durante o Governo Lula. Delegado da PF, ele era próximo de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. Em entrevista entrevista à rádio CBN Recife, Lula havia dito que, se ficasse provado que Moretti favoreceu investigados pela PF e manteve relações com Ramagem, não haveria “clima” para ele permanecer na Abin. (Fonte: CNN)

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