O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, assinou ontem (12), em Brasília (DF), parceria com entidades nacionais e internacionais para fortalecer as ações do projeto de reintrodução da ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) ao seu habitat, a caatinga baiana. A ave é considerada extinta na natureza desde 2000. Atualmente existem apenas 120 exemplares, distribuídos em criadouros particulares do Catar, Alemanha, Espanha e Brasil. A expectativa é que as primeiras solturas ocorram em 2019.
A parceria prevê, de imediato, o aporte de US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 5 milhões) para a construção do Centro de Reintrodução e Reprodução da Ararinha-Azul, em Curaçá, no norte da Bahia, habitat histórico da espécie. O centro será construído na Fazenda Concórdia, às margens do riacho Melancia, uma área cercada de 2.380 hectares, pertencente a uma das instituições parceiras, Lubara Breending Cener – Al Wabra (AWWP), do Catar.
A instalação permitirá a ampliação do manejo da espécie em cativeiro e a devolução da ararinha-azul ao seu habitat. Na última avaliação publicada pelo ministério, a área onde será construído o centro foi escolhida como de extrema importância para a preservação e prioritária para criação de uma unidade de conservação pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Ameaças
De acordo com técnicos da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA, o sucesso do projeto depende, também, do engajamento da comunidade local para a proteção da espécie, assim como de fatores como a restauração do habitat nativo, com incremento da oferta de alimento. Os especialistas que integram o grupo assessor do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-Azul (PAN Ararinha-azul) alertam para a necessidade de se combater as ameaças para aumentar o sucesso da reintrodução. Isso significa aumentar a qualidade do habitat, diminuir a quantidade de predadores, reduzir os perigos do tráfico ilegal de animais silvestres, o risco de uso do solo por mineradoras e mitigar os riscos das linhas de transmissão, dentre outros. As ações do Plano de Ação da Ararinha-azul contam com o apoio da Vale, Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (Save Brasil), ICMBio e de todos os mantenedores da espécie. (Com informações do Ministério do meio Ambiente/foto: Save Brasil)
Não adianta o projeto se restringir a uma área de 2.000 ha, e somente ao município de Curaçá, se a ararinha azul tiver um território maior, inclusive transpondo a outra margem do rio do lado de Pernambuco. Ou acha que um traficante de animais vai se negar a capturar o animal se ele estiver fora dessa área de preservação? Tem que criar um grande parque para proteger não só esse pássaro como outros animais e a flora dessa região. Agora teria retirar e indenizar a população. Para proteger a fauna e flora tem que manter o bicho homem longe.