Em sua primeira divulgação de projeções econômicas desde o início do mandato, o Governo Lula (PT) informou prever um crescimento mais tímido da economia em 2023, embora o dado ainda seja mais otimista do que o esperado pelo mercado.
O Ministério da Fazenda calcula um crescimento de 1,61% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, menor do que a estimativa anterior, feita ainda na gestão de Jair Bolsonaro (PL), que previa uma alta de 2,1%.
No Boletim Focus, do Banco Central, a expectativa de analistas do mercado até melhorou nas últimas semanas, mas ainda é de um avanço de 0,89% neste ano.
O governo também estima um novo estouro da meta de inflação em 2023 – se confirmado, será o terceiro consecutivo. A projeção para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) saiu de 4,6% para 5,31%. A meta neste ano é de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Os novos números foram divulgados nesta sexta-feira (17) pela SPE (Secretaria de Política Econômica).
Efeitos negativos
Segundo o órgão, a nova projeção do PIB incorpora os efeitos negativos da alta de juros sobre a atividade econômica. “A previsão anterior, feita em novembro de 2022, minimizava os efeitos contracionistas da política monetária sobre o ciclo econômico e sobre o mercado de crédito“, diz o boletim.
No caso da inflação, a SPE disse que incorporou um cenário “mais realista” para os preços de bens e serviços monitorados, como tarifas de energia elétrica e planos de saúde. A reoneração de tributos federais sobre a gasolina também foi considerada.
O governo também revisou para baixo a projeção de crescimento do PIB em 2024, de 2,5% para 2,34%, mas elevou a estimativa de 2025 para 2,76%. A inflação medida pelo IPCA, por sua vez, deve ter alta de 3,52% no ano que vem e convergir para a meta de 3% a partir de 2025.
Em entrevista coletiva, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, disse que a mudança no cenário de liquidez internacional, diante da alta nas taxas de juros dos Estados Unidos e de países da Europa, tem afetado o ambiente econômico no Brasil. A elevação na taxa Selic entre 2021 e 2022 também contribuiu para a desaceleração nas concessões de crédito no país, tanto a empresas quanto a pessoas físicas. Desde então, o juro básico segue em 13,75% ao ano. (Fonte: Folha de S.Paulo)
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