Casos de agressões verbais ou até mesmo físicas contra profissionais da medicina infelizmente estão se tornando corriqueiros nas unidades hospitalares do país. O exemplo mais recente foi registrado em Gravatá, no Agreste de Pernambuco.

A vítima é a médica Aline Melissa (de vermelho, na foto). De acordo com o Blog do Marivan Melo, Aline estava de plantão, na noite de ontem (8), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, quando foi duramente ofendida por dois vereadores de Gravatá

O desrespeito aconteceu porque os vereadores queriam fazer a transferência de uma paciente com suspeita de AVC (Acidente Vascular Cerebral) em uma ambulância de um dos vereadores, sem uma equipe necessária para a remoção.

A paciente deu entrada na UPA por volta das 13h de ontem. A médica plantonista, então, indicou uma transferência para outro hospital da rede pública. No entanto, a família solicitou transferência para um hospital de rede particular. Para que isso fosse possível, seria necessário que os familiares realizassem a solicitação com o plano de saúde da paciente.

Agressão

Por volta das 18h, os vereadores Bruno Sales e Gil Dantas foram à unidade a pedido de familiares da paciente. Já no local, solicitaram a retirada da mulher em veículo particular adaptado como ambulância, sem nenhuma garantia de equipe mínima necessária. Como a profissional recusou a solicitação, o vereador Bruno Sales levantou a voz para a plantonista e, durante 8 minutos, a coagiu e a ofendeu.

“Eles entraram na minha sala para conversar comigo, já chegaram um pouco exaltados, eu pedi para aguardarem porque eu estava em um atendimento médico de urgência, eram pacientes de vermelha (sala), pacientes graves que estavam em uso de oxigênio, pacientes que precisavam de suporte, inclusive dois dos pacientes precisaram também de transferência. Quando sai para conversar com os dois vereadores, fui surpreendida, pois eles já começaram a levantar a voz. Os dois vereadores chegaram com uma ambulância totalmente desestruturada, desequipada, não tinha nem o mínimo de suporte de oxigênio, não tinha equipe, técnico, enfermeiro, não tinha médico, e queriam transportar uma paciente que estava sonolenta, que teve um episódio de desmaio, desorientada, com suspeita de AVC. Queriam me coagir a aceitar essa transferência”, detalhou Aline.

Após a confusão, o filho da paciente se desculpou com a médica.

A paciente continuou recebendo cuidados médicos na unidade e, por volta da 22h, foi transferida para um hospital particular no Recife, com a ambulância do convênio dela.