História de Ana das Carrancas e do marido José Vicente vira tema de quadrilha junina no interior baiano

por Carlos Britto // 19 de junho de 2019 às 22:01

Foto: divulgação

A história  real de vida, amor e arte da artesã  pernambucana Ana Leopoldina dos Santos, a Ana das Carrancas, e seu esposo José Vicente,  que ganhou notoriedade por seu trabalho iniciado em Petrolina e que depois ganhou o país,  saem das páginas do livro ‘A Dama do Barro’, do jornalista Emanuel Andrade, para o enredo da tradicional  quadrilha junina Velho Chico, do município de Ibotirama (BA). A partir desta semana  a montagem do espetáculo ‘Ana dos Olhos de Barro’ costurando dança com linguagem teatral , cumprirá uma extensa agenda de apresentações e concursos na temporada dos festejos juninos na Bahia.

Segundo o diretor artístico  da quadrilha Velho Chico, Ananias Serranegra, o desafio de montar a história/trajetória artística de  Ana das Carrancas já vinha sendo desenhada no sentido de ganhar um enredo de quadrilha que tem toda uma força no Nordeste e se enquadra com as simbologias da arte desenvolvida pela artesã.

Além desses pontos é importante ressaltar que o amor, sensibilidade e gratidão mútua que conduziram por décadas a união do casal, falou mais alto na montagem do espetáculo”, adiantou.

A montagem  aborda vários momentos em ordem cronológica começando pela linha de união dos dois personagens – incluindo o tradicional casamento de matuto como parte do roteiro das quadrilhas,  a partida de Ana Leopoldina de Santa Filomena (PE), com a família para Picos (PI), fugindo da seca, a chegada a Petrolina, o início no mundo do artesanato fazendo carrancas para sobreviver,  além das conquistas e reconhecimento como artista que ainda hoje atrai visitantes ao Centro de Artes que leva seu nome. A arte de Ana é  mantida pelas mãos das filhas Maria da Cruz e Ângela Lima, as quais agregaram também  novas linguagens nas peças de barro.

Agenda

Com vários problemas de saúde agravados por um Acidente Vascular Cerebral (AVC), Ana das Carrancas faleceu aos 85 anos,  em outubro de 2008. Já José Vicente morreu aos 82, em maio de 2014.  O espetáculo montado pela quadrilha tem agenda de apresentações até dia 29, passando por cerca de dez cidades incluindo Ibotirama, Paratinga,  Barreiras, São Desidério (todas na Bahia).

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