HU bate novo recorde de procedimentos cirúrgicos em um único mês e número acende alerta

por Carlos Britto // 21 de outubro de 2020 às 17:20

Foto: divulgação

O Hospital Universitário (HU) de Petrolina atingiu nova marca histórica de cirurgias realizadas. Foram 505 procedimentos durante o mês de setembro, viabilizados através do engajamento de equipes multiprofissionais, operacionalização de cinco salas de cirurgia e emprego de equipamentos de ponta como Microscópio Neurocirúrgico, Laser Endovenoso e Arco Cirúrgico, entre outros.

Esse número expressivo em termos quantitativos torna-se ainda mais relevante quando considerado o aspecto humano da conquista. De acordo com a administração da unidade, através desses procedimentos, vidas foram salvas, pacientes reabilitados e doenças foram tratadas propiciando mais qualidade de vida e bem-estar às pessoas. Além disso, os residentes e internos do Hospital Universitário tiveram a oportunidade de qualificar ainda mais sua formação assistencial aprendendo com os preceptores durante o acompanhamento ou participação nos procedimentos.

Porém, há também um lado bastante preocupante no incremento cirúrgico histórico registrado pela unidade hospitalar. Com aumento expressivo na quantidade de pacientes operados, e consequentemente maior número de altas, era esperada uma queda considerável na taxa de ocupação hospitalar, mas isso não aconteceu. O HU continua com a média de taxa ocupação acima dos 100%. Como a maioria das cirurgias realizadas pelo hospital tem o objetivo de tratar traumas de vítimas de acidentes de trânsito, a persistência no alto índice de ocupação de leitos é um forte indício que a população está cada vez menos engajada na prevenção de acidentes.

Preocupado com a situação, o superintendente do HU, o médico Itamar Santos, explicou que a unidade realizará uma campanha de educação no trânsito para tentar diminuir os números, após a pandemia. “O Governo do Estado já mandou pra cá uma equipe para a gente avaliar nossas taxas, porque hoje proporcionalmente, nós temos uma taxa de acidente automobilístico quatro vezes maior do que a região de Recife. E em número absoluto, ou seja, em número real, estamos praticamente igual a Recife”.

Para o superintendente, as operações como da Lei Seca, são um grande auxílio, mas é preciso mais. “Essas blitzes da Lei Seca já ajudam de qualquer forma, mas enquanto a população não tiver consciência, não adianta. Porque vai pegar o carro, vai pra rua, vai pegar a moto, e vai acontecer alguma coisa. E a associação de velocidade e álcool não combina muito não. […] Acho que o mais importante é a conscientização do motorista. Isso aí é fundamental”, disse ele durante entrevista ao Programa Carlos Britto, na Rural FM, nesta quarta-feira (21).

Acidentes de trânsito

Desde o início do ano, o HU atendeu  5.294 vítimas de acidentes de trânsito. Desse total, 4.001 pessoas estiveram envolvidos em acidentes com motocicleta, representando 75% do total vítimas registradas. Além disso, é importante frisar que quase 58% dos acidentes ocorreram somente no final de semana, estando associados à ingestão de álcool, condução em velocidade acima do permitido, entre outras infrações.

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