HU-Univasf/EBSERH promove ações alusivas ao ‘Setembro Amarelo’

por Carlos Britto // 16 de setembro de 2024 às 19:31

Foto: Ascom HU-Univasf/divulgação

‘Se precisar, peça ajuda!’. Este é o lema da Campanha ‘Setembro Amarelo’ deflagrada pelo Hospital Universitário (HU)-Univasf, vinculado à Rede EBSERH. O intuito é ampliar a conscientização entre os colaboradores da unidade médica sobre a importância da informação, da escuta, da empatia e do tratamento para ajudar pessoas em sofrimento psíquico.

No próximo dia 26 de setembro, o HU-Univasf/EBSERH realizará uma palestra direcionada aos colaboradores da instituição, com o tema ‘Valorização da vida: estratégias de prevenção e acolhimento’. O evento será mediado pela médica psiquiatra Neyryanne Araújo, profissional da unidade hospitalar, e faz parte da programação do hospital para o Setembro Amarelo. A palestra está sendo organizada pela Unidade de Ambulatório.

Já na manhã da última sexta (13), o Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do HU promoveu uma capacitação no auditório do hospital, também em referência ao Setembro Amarelo. O evento, intitulado ‘Uma atualização em violência interpessoal/autoprovocada’, teve como objetivo ampliar a qualificação dos profissionais da instituição para lidar com situações relacionadas à violência e ao suicídio, contribuindo para a prevenção e o acolhimento adequado desses casos.

Mortalidade entre os jovens

Segundo os dados mais recentes divulgados pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, entre 2016 e 2021 a taxa de mortalidade entre adolescentes de 15 a 19 anos no Brasil cresceu 49,3%, enquanto os casos de pessoas entre 10 e 14 anos aumentaram 45%. Globalmente, a Organização Mundial da Saúde revela que o número de mortes por suicídio supera o de malária, câncer de mama, HIV, homicídios ou guerras.

O suicídio pode ser prevenido e campanhas e ações como as desenvolvidas no Setembro Amarelo salvam vidas. Através da sensibilização e do incentivo ao diálogo, essas iniciativas ajudam a identificar sinais de sofrimento psíquico e oferecem suporte necessário para quem enfrenta crises emocionais. Pessoas em sofrimento podem buscar ajuda a qualquer momento por meio de serviços como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece apoio gratuito e sigiloso pelo número 188, além de poderem contar com profissionais de saúde mental em unidades de saúde ou hospitais, onde encontram acolhimento e tratamento especializado.

Em Petrolina, apesar de não possuir leitos em saúde mental, o HU-Univasf/EBSERH também recebe pacientes que tentaram suicídio, em decorrência dos traumas gerados. Além disso, a unidade hospitalar possui um protocolo que orienta a equipe multiprofissional sobre como lidar com casos de pessoas em sofrimento psíquico que deram entrada no hospital nesse contexto.

Crianças e jovens

O comportamento das crianças e jovens merece muita atenção de quem está no entorno. Para se ter uma ideia, em 2021 o suicídio representou a 27ª causa de morte no Brasil, na população geral. Mas entre a população adolescente e adulta jovem, esse dado é ainda mais grave: nas faixas etárias de 15 a 19 anos e de 20 a 29 anos, o suicídio ocupou a terceira e a quarta maior causa de mortalidade, respectivamente. Entre crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, representou a 11ª causa.

A taxa de suicídio entre jovens cresceu 6% por ano no Brasil entre 2011 e 2022, e as taxas de notificações por autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos evoluíram 29% ao ano no mesmo período, segundo dados de um estudo de março de 2024, publicado na revista The Lancet Regional Health-Americas“, alerta Isabela Pina, psiquiatra da Rede EBSERH.

As alterações de humor, como depressão e transtorno afetivo bipolar, estão associados ao comportamento suicida em 35,8% dos casos, enquanto o transtorno por uso de substâncias psicoativas (como dependência de álcool, crack e outras drogas) em 22,4%, e esquizofrenia em 10,6% dos casos.

Ambiente laboral

Se o comportamento de crianças e jovens pode acender o sinal de alerta nas pessoas ao redor, o mesmo cuidado vale para o ambiente de trabalho, onde se compartilham muitas horas diárias com colegas. Um ambiente laboral ruim ou nocivo pode gerar adoecimento emocional, ou potencializar uma vulnerabilidade já existente. No Sistema Único de Saúde (SUS), a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) – composta por um conjunto integrado e articulado de diferentes pontos de atenção para atender pessoas em sofrimento psíquico e com necessidades decorrentes do uso prejudicial de álcool e outras drogas – garante a integralidade do cuidado.

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