Visitando suas bases desde a semana passada em várias regiões de Pernambuco, após um longo período de confinamento em virtude da pandemia de Covid-19, o senador Humberto Costa (PT) disse, em Petrolina, nesta quinta-feira (29), que as chances do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) vir a compor chapa na Frente Popular são quase nulas. A este Blog, o petista justificou que, embora considere FBC “um amigo” o qual já esteve ao seu lado em outras jornadas eleitorais, o atual líder do governo no Senado representa um projeto a ser combatido e derrubado em 2022.
As especulações em torno do assunto aumentaram devido ao fato da legenda emedebista, presidida no Estado pelo deputado federal Raul Henry ter optado por permanecer na Frente Popular, que vem dando sustentação aos governos socialistas desde a primeira eleição de Eduardo Campos (em 2006). “Respeito as posições dele (FBC), mas não vejo hoje como fazer esse casamento. Esse é um tipo de casamento que, se acontecesse, representa um divórcio do PT. Não que eu tenha nada contra Fernando, mas hoje ele é o líder do Governo Bolsonaro no Senado. Seria uma incoerência muito grande. A gente perderia o discurso, perderia a potência que a candidatura de Lula revela, e certamente teria uma grande defecção dentro do partido”, analisou.
Humberto lembrou que seu partido vem mantendo uma certa convivência com outras legendas do chamado ‘Centrão, que integram a Frente Popular, mas a presença de FBC seria inviável por representar o bolsonarismo em Pernambuco. A afirmação do petista encontra ressonância até mesmo pela postura de Fernando Bezerra, que se mostra publicamente oposição ao PSB. Tanto é que o senador e seu grupo, do qual faz parte o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho – um dos cotados à disputa pelo Campo das Princesas – vem correndo trecho e propagando mudanças para o Estado, após a Executiva Estadual do MDB barrar uma candidatura própria.
“Eu tive a oportunidade de conversar com o deputado Raul Henry. Já o convidei para participar de uma conversa com o presidente (sic) Lula. Não que nós achemos que o MDB vá marchar com Lula, ou até mesmo em Pernambuco. Sabemos que temos nossas diferenças, mas temos o primeiro turno, temos o segundo turno (…) e eu senti no que ele me falou, e que é a posição do senador Jarbas Vasconcelos, uma visão muito clara de que, com Bolsonaro, eles não vão marchar (…) e uma disputa aqui, encabeçada pelo grupo de Fernando Bezerra Coelho, quem estiver no grupo vai estar enquadrado como bolsonarista”, ponderou.
O senador destacou ainda recentes pesquisas de opinião apontado o fraco desempenho do presidente no Estado, o que reforçaria ainda mais a tese de que ninguém quer arriscar sua candidatura correndo o risco de ficar rotulado como “apoiador de Bolsonaro”.
Projeto nacional
Por falar em Lula, Humberto ressaltou que a prioridade do PT é um projeto nacional que resulte numa grande coalização de forças para respaldar uma terceira candidatura do principal líder político do partido. A partir daí, havendo um entendimento com o PSB nesse plano, a legenda discutirá possíveis cenários no Estado. Segundo o senador, existem três alternativas: apoiar mais uma vez os socialistas, se for essa a decisão da cúpula nacional do PT; a sugestão de um nome do partido, para compor a chapa majoritária; e, se não houver entendimento com o PSB, a legenda petista deve apresentar candidatura própria, que pode inclusive ser o da deputada federal Marília Arraes.
Tá faltando sangue, o vampirão tá palido.