Uma das principais lideranças do Partido dos Trabalhadores, o senador pernambucano Humberto Costa admitiu que a legenda deverá “travar uma discussão” com o governo federal e aliados da base da presidente Dilma Rousseff para manter o comando da 3ª Superintendência Regional (SR) da Codevasf. A afirmação foi feita pelo senador numa entrevista exclusiva concedida ontem (23) ao Blog.

Humberto destacou que isso faz parte de um “trabalho de reestruturação” do partido, pós-eleições 2014, o qual passa também por priorizar municípios onde o PT tenha ou já teve administrações, para desenvolver um trabalho em conjunto com os atuais aliados dos petistas em busca de garantir essas prefeituras em 2016.

Em relação à 3ª SR, Humberto disse que o trabalho do atual superintendente, João Bosco Alencar (com o qual ele se reuniu ontem) vem sendo satisfatório porque tem chegado a todos os municípios de sua abrangência, daí porque o partido vai brigar para que o órgão federal em Petrolina permaneça em suas mãos. O detalhe é que o PT da Bahia tem o atual presidente da Codevasf, Elmo Vaz, e deve brigar pelo comando da Companhia com o PP – que ocupa o Ministério da Integração Nacional.

Segundo Humberto, provavelmente a definição de quem ficará com a Codevasf só saia em fevereiro, após a escolha da Mesa Diretora do Congresso. Mas ele deixou claro que os petistas de Pernambuco não pretendem abrir mão da 3ª SR. “Considero importante que o PT no estado desenvolva um trabalho à frente desses órgãos federais que tenham uma atuação significativa”, ponderou o senador.

Ele também negou que o nome de outra liderança do PT no estado, o deputado federal João Paulo, fosse cogitado para a presidência da Codevasf. “Em nenhum momento o nome de João Paulo foi apresentado”, assegurou.

João Paulo

Por outro lado, o senador desassociou esses rumores ao fato de a 2ª Câmara do Tribunal de Contas do Estado (TCE) ter reprovado inicialmente as contas de João Paulo em 2006, quando ele foi prefeito do Recife. Humberto informou que esse foi apenas um “estudo preliminar” do grupo técnico do Tribunal, e discordou de que o então prefeito não tenha aplicado o mínimo constitucional do Orçamento – de 25% em educação (pela análise da 2ª Câmara, João Paulo teria investido pouco mais de 22%, já que o TCE não considerou merenda e fardamento escolares como investimentos).

“Acredito que tanto a merenda quanto o fardamento também são gastos em educação, a exemplo de outros estados. Mas essa é uma decisão que ainda vai ser levada em definitivo para os conselheiros”, explicou.