O carnaval de Salvador deste ano ficará tristemente guardado na memória dos familiares do médico juzeirense Márcio Sousa Espínola (à dir.), que foi brutalmente agredido durante a festa. Depois de passar alguns dias internado, Márcio – que teve traumatismo craniano – não resistiu aos ferimentos e morreu.
E junto com a dor da perda, vem o sentimento de revolta. O irmão do médico, Rivadávio Espínola Ramos Júnior, relata ao Blog que as autoridades baianas ainda não se posicionaram sobre o fato e nem informam sobre o andamento das investigações.
Ele ainda chama a atenção para os diversos casos de violência que acontecem na Bahia e destaca, com saudade, a alegria e humildade do médico lembrado constantemente por pacientes, familiares e amigos.
Confiram:
Perda, Ausência e Indiferença
Passados quase quatro meses após o falecimento do médico juazeirense, Márcio Sousa Espínola Ramos, vítima de agressão durante o carnaval de Salvador, quando saía dos camarotes com a família (esposa, filhos e amigos), o sentimento de saudade, dor e ausência dá lugar a um outro tipo de abordagem.
De forma quase uníssona, amigos, imprensa, família, pacientes, colegas de trabalho, representantes da região (com e sem mandato político), perguntam com indignação e insatisfação: O que aconteceu aos causadores do ato criminoso? Ocorreu alguma identificação ou prisão? Alguma câmera registrou o ocorrido?
Até a presente data, não recebemos nenhuma satisfação dos órgãos responsáveis acerca dos questionamentos acima. Sabemos que fatos como este acontecem com frequência no dia a dia, apesar da ampla divulgação da imprensa baiana neste caso, em especial em Juazeiro e região, o que não diminui a importância dos outros casos não divulgados.
A família de Márcio não tem sede ou sentimento de vingança aos agressores, pois segue a orientação cristã do perdão. Porém, perdão não significa esquecimento ou indiferença à impunidade. Algumas lágrimas relutam a secar, a inconformidade à perda súbita rejeita o consolo, seja ele religioso, psicológico, filosófico ou de qualquer natureza.
O filho mais novo (de 4 anos) já não se contenta com a história da estrelinha no céu a qual o pai se transformou. A ferida aberta cicatriza lentamente… como demora a fechar! O sentimento é que Márcio continua vivo, sempre chegando feliz, brincando, ao mesmo tempo trabalhando sério, com humildade, humanidade e com preparo que recebeu ao longo dos seus 45 anos, interrompidos aqui na Terra, mas não para a eternidade do nosso Deus justo e infalível.
Rivadávio Espínola Ramos Júnior/ Irmão de Márcio
precisamos sim buscar os nossos direitos, pois se cobra das autoridades somente o que é nosso. a uma pessoa como o meu médico era muito humano e prestativo. é pouco somente cobrar queremos punição sim.
sinto saudades dele, pois pessoa como ele não merece ser interrompido o prazer de ser feliz.
Compartilho o sentimento e solidarizo-me com a família que perdeu uma pessoa jovem, um profissional competente e humano. Conheci Márcio no tempo do ensino médio e fiquei muito contente quando o reencontrei já medico em seu consultório. Sou solidário ainda na luta para encontrar os responsáveis por ato tão brutal que já se tornou trivial e banal em nosso pais.
Grande medico e pessoa de grande valor estou junto com o irmão de Dr. Márcio clamando por justiça e que as autoridades baianas sejam responsáveis e resolvam logo este trágico assassinato.