Foi uma plenária convocada às pressas: da sexta-feira (15) para este sábado (16), foi avisado de que o prefeito João da Costa (PT) iria reunir os seus apoiadores no centro social atrás da Igreja da Soledade, no centro do Recife. Nos discursos, João da Costa foi de “candidato inquestionável à reeleição” à “alternativa” para juntar os outros 17 partidos que formam a Frente Popular. Nesta semana, foi ventilada a possibilidade de o PSB apresentar um candidato próprio, de fora do PT.
João da Costa falou por cerca de 20 minutos a um público estimado pelo partido em 300 pessoas. “Já há uma pesquisa circulando pelas ruas que me coloca com um índíce baixo e o companheiro Humberto Costa lá em cima. Não é isso que vemos nas ruas”, disse o prefeito. “O recurso não é por birra. Acredito que sou a melhor opção para o povo do Recife”, afirmou, se colocando como o candidato que poderia fazer o PSB desistir de uma candidatura própria. “Não se constroi uma unidade por decreto”, continuou.
Um abaixo-assinado foi passado entre os militantes para pedir a impugnação da indicação de Humberto Costa pela executiva nacional o partido, ocorrida há 12 dias. “Vamos anexar isso ao nosso recurso”, comentou João da Costa, que várias vezes se colocou como injustiçado. Ao ser perguntado, após o discurso, o que faria caso seu recurso fosse negado, ele foi rápido: “Só vou pensar nisso depois”.
Antes, o deputado federal Fernando Ferro e a deputada estadual Tereza Leitão fizeram discursos em tom bastante crítico ao PT. Chamaram de “erros” a realização das prévias, da indicação de Maurício Rands e de João da Costa. Parafraseando um dos dez mandamentos, Fernando Ferro criticou a divulgação das fotos dos pré-candidatos ao lado do ex-presidente Lula. “Não se deve usar o nome de Lula em vão”. “Recife é uma cidade rebelde. Não aceitamos o que o ‘império’ nos empurra goela abaixo”, completou Ferro.
Por sua vez, Tereza Leitão corroborou no discurso de que João da Costa seria o candidato do PT com a imagem menos arranhada neste processo de embate interno. “Ele manteve a mesma postura e teve os mesmos apoios desde o início”, disse. “Enquanto não tiver recurso julgado, não tem candidato oficial à Prefeitura do Recife”.
A convenção petista para homologar oficialmente o candidato à Prefeitura do Recife acontece no dia 29 de junho, no penúltimo dia previsto pela justiça eleitoral. (Do Diário de Pernambuco)
