Thais Rocha, do A TARDE
As primeiras linhas do desenho da coligação que enfrentará o PT nas próximas eleições de 2010 na Bahia começaram a ser desenhadas publicamente na segunda-feira, 15.
A pretexto de assistir a uma palestra com o prefeito reeleito de São Paulo, Gilberto Kassab, reuniram-se, no Hotel Sofitel, em Itapuã, o presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, o ex-governador da Bahia e presidente regional do partido, Paulo Souto, o ex-presidente regional do PSDB na Bahia, deputado João Almeida, o prefeito João Henrique (PMDB) e o presidente regional do PR na Bahia, senador César Borges.
O prefeito João Henrique (PMDB) admitiu que sua presença no encontro representou o fortalecimento da aliança entre o DEM e PMDB, firmada no segundo turno das eleições municipais em Salvador.
“Se depender de mim, este fortalecimento continua, porque no segundo turno foi o DEM que nos apoiou e este foi um partido que não nos apoiou ao longo dos quatro anos da gestão, enquanto que outros, tiveram a desfaçatez de trair-nos”, disse, numa referência ao PT.
Parceria – Questionado sobre se prefere em 2010 subir no palanque de uma possível candidatura de Paulo Souto (DEM) ou a manutenção da aliança com governo do Estado, o prefeito indicou para que lado penderá. “É muito cedo para falar de 2010, mas creio que a aproximação está acontecendo, e eu, dentro do PMDB, vou trabalhar nesta tese, de uma aproximação maior com o Democratas”, afirmou.
O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia, confirmou que a aliança para 2010 está em construção não só na Bahia, como em todos os estados. “PSDB, DEM e PPS já começam a trabalhar juntos em bloco para uma aliança nacional. Estamos mapeando todos os estados e, na Bahia, teremos muitas chances de agregar o PMDB”.
De acordo com ele, DEM e PSDB devem resolver as pendências regionais para saírem juntos nacionalmente em 2010. “Precisamos garantir a unidade que não tivemos em 2006”.
Maia também descartou a possibilidade da saída de Paulo Souto do DEM para o ninho tucano. Considerado um dos principais quadros do partido, ele deve continuar na presidência regional. “Sua saída não reforçaria a aliança, pelo contrário, deixa de ser aliança, vira submissão. Não vamos resolver a eleição com jeitinho. Mas com alianças firmes fortes e coerentes”, declarou.
Se depender de Paulo Souto e do deputado João Almeida, ex-presidente regional do PSDB, a aliança para 2010 está fechada. Souto nem descartou ainda a possibilidade de mudar de legenda. “Eu não quero adiantar nada sobre este assunto, desde que não houve nenhuma manifestação oficial do partido neste sentido”.
Para o deputado João Almeida, há uma “expectativa muito positiva à eventual filiação de Paulo Souto para o PSDB. É um assunto que está sendo tratado em nível nacional”.
Gilberto Kassab evitou falar sobre as alianças da Bahia. Mas aprovou o indicativo de uma aproximação com o PMDB. “Já existe uma aliança como esta consolidada em São Paulo, mas no plano nacional esta conversa não existe”.