Em maio de 2014, o jornalista Raphael Barbosa fez um desabafo contra o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e a Prefeitura de Juazeiro (BA ), que foi postado neste Blog. Agora, dois anos e meio depois, ele voltou a denunciar o ‘caos’ que se encontra a rua onde mora, no Centro da cidade. Segundo o jornalista, naquele período o problema foi amenizado, mas não durou muito. Ele afirma que o problema piorou e promete tomar as medidas judiciais cabíveis, caso uma solução não seja tomada.
Acompanhem:
Sou Raphael Barbosa, jornalista e morador do Centro de Juazeiro-BA, vindo aqui contar uma história bem fedida. O titulo desse meu texto é, “SAAE”; subtítulo, “Vai ter esgoto estourado, sim”. Em 2014, escrevi uma carta sobre esse mesmo assunto e tive esse texto postado aqui. Sou muito grato pelo espaço cedido, pois naquela época o problema das caixinhas de esgoto das lindas calçadas da Rua Eduardo Brito foi amenizado, mas não durou muito. Falei 2014 e você, que está lendo, deve automaticamente pensar, “poxa! foram quase três anos de trégua”. Não seja ingênuo, estou falando do Sistema Autônomo de Água e Esgoto de Juazeiro. Levou pouco tempo pra tudo desandar mais uma vez, porque quem se importa né? Eu permaneci fazendo minhas ligações para solicitar reparos, colecionando protocolos de atendimento, aguardando a morosidade do serviço e passando os dias tragando a fedentina que é “viver na merda”.
O desrespeito continua, a precariedade do serviço continua, mas pasmem: a coisa piorou. Há seis meses piorou muito. Antes eram “caixinhas da calçada” pontuais que transbordavam as “fedidas excreções humanas”, mas agora são muitos os pontos. A celeridade do paliativo de ter o “carrinho de sugar” o suco de urina e fezes é a mesma, lógico. Fiz o mapeamento das caixinhas que estouram. Estoura na porta da casa 261, na 277, na 283, na esquina da lanchonete Sabor da Rosa, todas do mesmo lado da rua, numa única calçada, a mesma em que fica a minha casa, que é a 265. Já do outro lado passou a estourar com frequência entre as casas 218, 220, 222 e 224. Bem variado não é? Antes que eu seja mal interpretado, não estou responsabilizando nenhum dos moradores dessas residências, o problema é do SAAE.
Sempre solicito reparo, independentemente se a caixinha que estourou faz correr ou não merda em minha porta. Incomoda a sujeira, é nojento ver o “suquinho de fezes e urina”, prolifera bactérias e coisas asquerosas que podem nos adoecer e ao coleguinha também, mas o que incomodaaaaaa muuuito meeeeesmo é a merda do fedor. É o preparo de uma receita macabra, o esgoto cozinha no sol e serena à noite durante dias, o cheiro vai cada dia mais longe, o caldo encorpa e o “carrinho sugador” que papa tudo vem quando quer. Quando vem. Mas tem maquininha de medir fedor? Alguém está com minha ventas? Os gestores estão cagando e deixando a cagada à mostra para nossos problemas, isso sim. Nem enterram, porque julgam que somos trouxas, porque parecem achar que somos vermes que devem habitar no esgoto mesmo. Ando cansado demais!!!!! O problema é antigo e considerado serviço básico. “Saneamento básico”, sacou? E a gente bem sabe o que se passa nos bairros mais afastados. Estou com esses moradores na luta, nos conectamos por esse fluido turvo e nojento.
Solução para quê? Repensar a estrutura da rede para quê? Quem se importa com o fedor que impregna em minhas narinas e as dos meus vizinhos? Quem se importa se faço minhas refeições com a náusea presente no cardápio? Mas o boleto tem que estar pago e o IPTU também. E estão! E a taxa do serviço de esgoto é de 50%, no boleto. E o serviço ofertado ao consumidor na internet é só o de consultar boleto, olhar o boleto, pagar o boleto. Parece funk de mau gosto. Melhor, mau cheiro. Espero uma solução, estou fazendo a minha parte ao menos. Próximo passo será judicial, demorei até. Incentivo os usuários do serviço que passam por problemas com a empresa a fazerem o mesmo, é importante essa formalização para que o SAAE desperte para as nossas insatisfações e pague o preço pelo péssimo serviço que faz. Vou continuar reclamando, não vou esperar mais tanto tempo. Gratidão por esse espaço!
Raphael Barbosa/Jornalista