Um dia após as declarações do líder governista na Casa Plínio Amorim, Ronaldo Silva (DEM), o advogado e ex-candidato a prefeito de Petrolina, Julio Lossio Filho, voltou a colocar lenha na fogueira em relação ao outdoor que havia colocado na cidade sobre sua ação judicial que teria barrado o reajuste na cota de combustíveis dos vereadores – e que, segundo ele, foi retirado pela atual gestão. Ao Blog, Julinho até lembrou de uma frase atribuída ao ex-deputado Osvaldo Coelho para refutar Ronaldo: “deveria ser proibido mentir na política”.

De acordo com o ex-candidato a prefeito, o líder governista faltou com a verdade ao afirmar ontem (8) que a nova cota dos combustíveis, proposta pelo presidente da Mesa Diretora, vereador Aero Cruz (MDB), foi barrada por iniciativa do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). “Faço um desafio ao vereador, líder do governo, e a quem mais quiser. Se trouxerem alguma decisão judicial, assinada por algum juiz, anterior à nossa, sobre a proibição no aumento da cota de combustíveis dos vereadores em Petrolina, eu saio da política”, afirmou.

Segundo ele, ocorre que o MPPE recomendou ao prefeito Miguel Coelho (União Brasil), após a votação dessa matéria na Casa, que vetasse a mesma, mas o prefeito não vetou. “Após a matéria sancionada, a gente entrou com a ação na justiça. Então, não existe qualquer ação judicial anterior a ela”, assegurou.

Sobre as críticas de que estaria se utilizando desse fato para se promover politicamente, Julinho minimizou. “Todos sabem que sou político, nunca escondi. Inclusive fui candidato a prefeito de Petrolina. Que eu sou político, isso é muito evidente. Agora, a sociedade tem que escolher que tipo de político quer: aqueles que esperam a eleição chegar para poder aparecer e fazer alguma coisa, ou aqueles que defendem os anseios da população e trabalham independente de ano eleitoral ou de ter mandato”, frisou.

“Perseguição”

O ex-candidato ainda contestou Ronaldo em relação a uma suposto factoide que teria criado sobre a polêmica do outdoor. Julinho confirmou ter tentado colocar a placa publicitária com uma empresa da cidade e os trâmites havia sido acertados, mas foi informado por um representante da empresa que o outdoor não poderia ser veículo devido a “pressões” que teria sofrido. Ele diz que tem como provar sua afirmação. Ele, então, procurou uma conhecida empresa de Salvador (BA), que confeccionou o outdoor ontem. Porém, duas horas depois, a propaganda foi apagada e o empresário também disse ter sido forçado a apagar a placa. “Isso é prática de cidadezinha dos anos 80. Tenho pena dessas empresas de publicidade que não podem ganhar seu dinheiro, de forma honesta, por medo de perseguição”, disse Julinho, que preferiu preservar os envolvidos no fato.

O ex-candidato lamentou também o fato de Ronaldo tê-lo chamado de ingrato porque havia se articulado com todos os vereadores da Casa para que aprovassem as contas do seu pai, então prefeito Julio Lossio. Para ele, isso prova que, quem não segue  cartilha do grupo governista, sofre retaliação. “Qual a relação entre um outdoor que trata de uma ação na justiça contra o aumento de cota com as contas de governo do ex-prefeito Julio Lossio? Até onde eu sei, as contas são julgadas pelo Tribunal (TCE), que dá orientação para os vereadores dizerem se aprovam ou não. Agora, o vereador (Ronaldo) achar que a gente tem que ficar calado contra os desmandos na Câmara, apenas para votarem a favor, achando que vão me calar, tentando me comprar ou me chantagear, ele está muito enganado. Até porque não dependo de política. Faço política porque gosto e acredito, e quero ver minha cidade, minha região e meu Estado crescerem”.