Júri simulado em Petrolina condena Lampião

por Carlos Britto // 01 de novembro de 2019 às 09:11

(Foto: Reprodução/Instagram)

Oitenta e um anos depois da sua morte, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, foi condenado em júri popular simulado no Centro Cultural Dom Bosco, no Centro de Petrolina, ontem (31/10). Por cinco votos a favor e dois contra, o tribunal do júri considerou o cangaceiro culpado por seus crimes. A sentença do Júri Épico Histórico foi proferida pela juíza Elane Brandão, já durante a noite.

O Ministério Público acusou o rei do cangaço de forma incisiva, apontando as contradições dos seus atos, opostos a devoção cristã que ostenta nas indumentárias. “Você é ateu!”, exclamou Dra. Eliane Gaia, com o dedo em riste. A Dra. Cíntia Granja, o acusou de ser covarde e de fazer conluio com “a volante e os poderosos“.

Já a defesa, tentou humanizar o cangaceiro, ressaltando a vida penosa que viveu desde menino, envolta nas brigas entre famílias, tão comuns no sertão daquela época.  “Ele não tinha outra escolha”, afirmou o Dr. Marcílio Rubens “Se vocês jurados forem realmente sertanejos vão entender Lampião“, falou o Dr. Rubens trajado de vaqueiro.

No fim do julgamento, ao som de fogos de artifícios, o rei do cangaço ouviu o veredicto em silêncio: “culpado!“. O resultado dividiu opiniões. O estudante do curso de Direito, Afonso Henrique, afirmou que acreditava em uma possível absolvição, pois Lampião foi uma produção de um Estado omisso e injusto. “Se houvesse justiça naquela época, Virgulino não teria se transformado em Lampião”, explicou Henrique. Mas, segundo o historiador e escritor soteropolitano Oleone Fontes Coelho, o resultado foi justo, pois Lampião escolheu um caminho de crueldade e violência.

O resultado da votação para escolher o réu do Júri Histórico 2020, realizada por meio da rede social do evento – Instagram (jurihistorico.pnz) – será divulgado nos próximos dias.

Júri Épico

O Júri Épico é um projeto acadêmico, e tem o objetivo integrar a ciência jurídica a outras disciplinas. Foi idealizado pelo professor Anderson Wagner Araújo e pelo promotor criminal de Petrolina, Fernando Della Latta, em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE), Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) e a Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Facape).

Júri simulado em Petrolina condena Lampião

  1. Só comentando disse:

    Essa besteira outra vez?

  2. Paulo disse:

    Mas se.fosse um politico ladrão seria.absolvido por 5×2.

  3. Sincero disse:

    Se preocupe não Lampião, é só entrar com um recurso no Supremo, que o Gilmar Mendes te livra dessa!

  4. Maguim disse:

    Parabéns a iniciativa do professor Anderson Wagner, momento único de aprendizado.

  5. Luiz disse:

    Os motivos p q ele qdo menino era pobre ,vida penosa, não vem ao caso. A vida material e econômica da grande maioria da população naquela época e região era igual a do lampião.E se a vida da maioria era assim ninguém se consideravam pobres ou vida penosa. Portanto não havia nenhuma justificativa para o Virgolino escolher a vida de bandido assassino sanguinário.Qq bandido ajuda a alguns necessitados ,seria normal se ele tivesse ajudado mais do que casos contados.Por mim os jurados deveriam ter condenado por 11 x 0.

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