Inconformado com a “engenharia” política para colocar na Casa Plínio Amorim o suplente de vereador, Júlio Costa (PMDB), no lugar de Luciana da Farmácia, o leitor Roberto Silva solta o verbo. Detalhe: Costa é aliado do prefeito Julio Lossio (PMDB), que seria – segundo o leitor – o grande articulista dessa costura.

Confiram:

O Vereador é representante do povo ou do Poder Executivo?

Caro Carlos Britto e população de Petrolina,

Venho aqui levantar um questionamento que precisa de resposta por parte daqueles que querem ver a verdadeira mudança na política brasileira. É inadmissível que o eleitor petrolinense continue sendo ludibriado por políticos rasteiros e que não merece o nosso voto.

Quando votamos em um vereador, nós estamos votando em um “fiscalizador”, pois qual é a principal função do vereador, senão fiscalizar o Poder Executivo?

Mas o que temos assistido nos últimos tempos, naquela que seria constitucionalmente a “Casa do Povo”, é a mesma ser transformada em um verdadeiro balcão de negócios alheios ao conhecimento do povo sofrido petrolinense.

Senão, vejamos: o que se comenta hoje na cidade da “engenharia política” é que o doutor está fazendo. Pois, quando após o afastamento do vereador Pedro Fillipe para que a suplente de vereadora Luciana da Farmácia assuma a vaga e em seguida a mesma se afaste para o outro suplente, Júlio Costa (que tem o seu irmão como figura forte da administração), possa se tornar vereador.

As perguntas que deixo para o Ministério Público de Pernambuco:

– Estaria acontecendo aí o famoso “Mensalão”, com a nomeação de cargos comissionados na administração de parentes e/ou assessores de quem se afasta e de quem entra?

– É justo o eleitor votar no vereador e depois vê-lo se tornar membro da administração pública?

– Se o senhor vereador, que teria que fiscalizar o Poder Executivo, não tem essa coragem, por que então pediu o nosso voto dizendo que seria nosso representante?

Deixo aqui um pedido àqueles vereadores que ainda não foram contaminados pelo vírus da enganação: tenham coragem, como os vereadores de Belo Horizonte-MG tiveram, e coloquem na revisão da Lei Orgânica do Município uma Proposta de Emenda a Lei Orgânica determinando a renúncia do cargo de vereador, em caso do mesmo assumir um cargo no Poder Executivo, pois a sua participação na Prefeitura vai de encontro à vontade do eleitor.

Para o vereador Pedro Fillipe deixar o cargo de vereador e Luciana da Farmácia também deixar o cargo, uma semana depois, (já que dizia ter um sonho de ser vereadora e ter até entrado na Justiça contra Pedro Fillipe por estar cursando medicina em outro estado) para um segundo suplente assumir, aí tem coisa. E feia…

Com a palavra O Ministério Público do Estado, os senhores vereadores e o povo de Petrolina.

Roberto Silva/Leitor