Leitor pede explicações sobre poda de Algarobas em Sobradinho

por Carlos Britto // 28 de julho de 2009 às 07:04

O leitor Alexandro Nunes Lima, morador de Sobradinho (BA), está intrigado com a poda de árvores da espécie Algaroba, realizada pela prefeitura municipal.

Na visão dele, o trabalho feito deixa suspeitas de crime ambiental, pois parece muito mais, segundo Alexandro, que existe uma tentativa de “matar” as árvores do que propriamente podá-las. Ele disse ter enviado, inclusive, um email à Ouvidoria do Meio Ambiente para dirimir suas dúvidas. Confiram as fotos enviadas por ele:

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Leitor pede explicações sobre poda de Algarobas em Sobradinho

  1. Gabriel disse:

    Acho um absurdo o que estão fazendo com essas árvores, eu testou tentando ver uma folha na árvore para saber se ainda está viva e não encontro. Essa poda esta sendo feita com a orientação do Prefeito que é agrônomo, agora imagine se não fosse.

  2. SOS Rio São Francisco disse:

    Esse tipo de arborização não deveria existir, a algaroba é uma planta invasora. Ela é tão terrível que retira do solo todos os nutrientes, não permitindo nenhuma outra espécie se desenvolver, virou uma praga e esta substituinda a mata nativa. Minha sugestão para todos os prefeitos do sertão, é que façam a retirada dessa tal planta algaroba e plante só plantas nativa. O MEIO AMBIENTE AGRADECE E QUEM RESPEITA ELE TAMBEM. Vamos valorizar o que é nosso e não plantas que é de outra nação.

  3. Alexandro Nunes Lima disse:

    SOS Rio São Francisco, veja o que diz o Sr. Fernando Viana Nobre – Mestre em Produção Animal e Consultor do SEBRAE sobre algarobeira:

    Acreditamos, sim, que a algarobeira, associada a outras culturas e ou criações (no contexto do estabelecimento rural), seja capaz de participar, de forma efetiva, na melhoria das condições ecológicas e sócio-econômicas do Nordeste e do Rio Grande do Norte, particularmente.

    Criticam a algarobeira, mas não indicam outra planta capaz de substituí-la, em termos de xerofilismo associado a potencialidades genéticas, que ofereça tão diversificada utilização, em um nível de investimento modesto, mais compatível com a realidade regional.

    A produção de alimentos para os animais e o homem, a deposição permanente de matéria orgânica no solo, a barreira formada contra a erosão, a grande tolerância aos solos salinizados, a diminuição da evaporação na camada superficial do solo, o estabelecimento de melhores condições ambientais para os animais, o homem e algumas culturas (como a palma forrageira, o capim “buffel”, etc), o suporte à criação de abelhas e a viabilidade de sua exploração como importante essência florestal, entre outros, são fatores que justificam plenamente qualquer esforço no sentido de racionalizar e expandir o cultivo da algarobeira, nesta Região.

    Com base nos resultados de pesquisas realizadas ao longo dos últimos vinte anos podemos concluir que a algaroba é um dos mais importantes concentrados possíveis de serem produzidos, economicamente e em larga escala na Região.

    No entanto, agora mais do que antes, nesses sessenta anos de sua presença no semi-árido nordestino, se faz necessária uma ação pública e privada no sentido de que seja cultivada e utilizada corretamente.

    É necessário que as Prefeituras Municipais na região solicitem e apóiem as ações das diversas entidades envolvidas com a produção pecuária e a preservação ambiental, para que seja contida a tendência desenfreada de devastação dos algarobais espontâneos e cultivados.

    No que se refere, especificamente, à capacidade da algarobeira em formar densos bosques às margens dos cursos e fontes d’água, é da máxima importância e urgência que a legislação ambiental assegure, nessas áreas, a presença benéfica dessa xerófila, mesmo não sendo nativa. Se bem manejada, nesses locais, a algarobeira é capaz de reduzir muito a erosão e o assoreamento, criando um ambiente acolhedor aos animais silvestres e domésticos, além de assegurar expressivos rendimentos com seus diversos produtos.

    Concluímos afirmando que a algarobeira representa uma das mais adequadas fontes de alimentos concentrados para os rebanhos desta Região, que deve preservá-la e expandi-la, como cultura planejada, economicamente viável e ecologicamente sustentável.

  4. SOS Rio São Francisco disse:

    Sr. Alexandre, eu não concordo com a opinião do mestre. Eu sou biologo. Prefiro acredidar nos meus conhecimentos e nas minhas análises. A algaroba é um bom alimento para os animais, mas no entanto está ocupando a , aqui. Se vc gosta de algaroba, cultive, eu prefiro arrancar.

  5. Seso disse:

    Sinto muito em presenciar uma atitude dessa. Achei uma falta de humanidade esse ato de maltratar nossas plantas. A algaroba é e sempre foi importante para todos nós do sertão. São várias as utilidades dessa planta. E outra, tenho certeza que a intenção não foi abolir as ALGAROBAS porque elas podem trazer quaisquer danos. A intenção foi PODAR as árvores. Poda esta que foi feita de maneira irresponsável, sem qualquer conhecimento do que se está fazendo, o que com certeza, acarretará em sofrimento para estas árvores Tomara que elas consigam resistir. Eu não tenho muita esperança.

  6. CLÓVIS GOUVEIA DA SILVA disse:

    Prezado Sr. Carlos,
    Sou Engenheiro de Alimentos, mestre em Engenharia Agrícola e Doutor em Engenharia de Bioprocessos. Há mais de dez anos pesquiso o aproveitamento dos frutos da algarobeira para a produção de bebidas, alimentos e combustíveis com bastante sucesso. São mais de vinte produtos desenvolvidos e com alto nível de qualidade.
    Gostaria de parabenizar aqui, o excelente comentário do Sr. Nobre – um dos maiores especialistas, quando se trata dessa maravilhosa planta de milhares de utilidades no sertão nordestino e no mundo – uma verdadeira fonte de alimentos para os animais e para o próprio homem. Nos laboratórios das Universidade Federal da Paraíba e Universidade Federal de Campina Grande isso é fato. Portanto, parabéns pela oportunidade de repassar a população conhecimentos com fundamentação científica, que realmente contribua para o cultivo racional da cultura e iniba a difusão de comentários folclóricos e absurdos sobre o tema.

    Um grande abraço ao Sr. Viana Nobre, tão nobre como a nossa algaroba.

    Clóvis Gouveia
    Pesquisador/UFPB/CT

  7. CLÓVIS disse:

    Primeiro Caderno | Dia-a-dia
    Edição de domingo, 21 de fevereiro de 2010
    O poder da algaroba Planta comum no semiárido, além de se tornar alimento para animais tem sido fonte de pesquisas na UFPB
    Lucilene Meireles // lucilenemeireles.pb@dabr.com.br

    Para que serve a algaroba? – Ajuda a melhorar a circulação do sangue. Foi a resposta da comerciante Severina Paulino Correia, 65, que há 33 anos comercializa plantas e ervas medicinais no Mercado Central de João Pessoa. “Antes o povo comprava muito a folha, mas está difícil aparecer algaroba por aqui. Agora mesmo eu não tenho”, comentou. O ensinamento dela não é confirmado pelo Mestre em Engenharia Agrícola da UFPB, Clóvis Gouveia, que é especialista no estudo da algaroba, mas o vegetal é usado no tratamento de problemas gástricos e de lesões da pele. A utilidade da algaroba, no entanto, não se limita ao uso medicinal.

    Nativa do Caribe, ela pode ser utilizada para diversos fins, entre eles, a fabricação de aguardente. A otimização das etapas de produção da bebida de algaroba e o aproveitamento dos resíduos resultantes em produtos alimentícios foi, inclusive, tema da tese do estudioso apresentada no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos, da Universidade Federal de Campina Grande, em 2009.

    Na UFPB há proposta de pesquisas voltadas para o uso na Caprinocultura Fotos :Clovis Gouveia/Arquivo Pessoal
    Apesar de ser considerada como invasora em algumas regiões onde acabou provocando desequilíbrio no ecossistema, é comprovado que a exploração racional gera alimento nutritivo para o homem e os rebanhos, e contribui de forma significativa para o aquecimento da economia destas áreas. “Por isso, a algaroba é um recurso natural importante, que deve ser conservado”, ressaltou o pesquisador. “Para proteger a cultura é indispensável, primeiro, conhecê-la de forma integral e ressaltar três aspectos, o cultural, o tecnológico e o ecológico”, acrescentou.

    O aspecto cultural envolve todas as expressões em que a algarobeira aparece como protagonista em nosso folclore, onde surgem mitos, histórias, costumes, crenças, usos e aproveitamentos da árvore, incluindo tronco e ramas, dos quais são extraídos madeira, carvão, lenha, tintura e gomas. O fruto é alimento e pode ainda ser transformado em álcool. As flores viram mel. “Do ponto de vista tecnológico, cultivada adequadamente,poderá trazer ao homem e para a economia local, diversos benefícios, como nas construções rurais, combustíveis, bebidas e alimentos”, analisou. Em relação ao aspecto ecológico, a algaroba convida o homem a trabalhá-la e integrá-la nos mais variados sistemas produtivos.

    Além de crescer e frutificar rápido, a algarobeira flora no período mais seco do ano, quando o alimento fica escasso para os rebanhos devido a seca. Por isso, ela acaba servindo também para saciar a fome dos animais. Um detalhe interessante destacado por Clóvis Gouveia é que mesmo nos climas mais áridos e nos períodos mais quentes, a árvore se mantém verde e produzindo frutos. Resistente a secas drásticas e bem adaptada a temperaturas elevadas e solos pobres, a algarobeira conta com longas raízes, capazes de buscar água a mais de 50 metros de profundidade.

    “Do ponto de vista ambiental, a algarobeira se destaca no reflorestamento. Ela protege e fertiliza o solo, criando um verdadeiro micro-clima ao seu redor”, ensinou. A árvore também combate adesertificação, evita a devastação da mata nativa, tem capacidade de transformar terras áridas em produtivas.

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    + Mais
    Pouco registro oficial de uso medicinal

    Aspectos bioenergéticos são tema de pesquisas

  8. paulinho do jardim.SOBRADINHO disse:

    Gostaria de enformar ao meu amigo SN e atodos q possa entereçar que a poda feita na vila santana, e em mais alguns pontos da nossa querida cidade no mes de julho de 209,por nao ter sido bem aceita; como encarregado de jardinagem da PMS, sinto me na obrigaçao de enformar q uma boa parte ja se encontra com a formaçao desejada,como na maioria das podas em arvores de formaçao de copa alta, a inicio nos primeiros meses nao ficam bonitas, mais em seguida com podas periodicas de formaçao(com proficionais q sabem o q fazem). Ficam com uma otima formaçao como podem observar emalguns locais q ja estao prontas as algarobeiras q vao permanecer ornamentando nossa querida SOBRADINHO.Locais: alojamemento v.santana,forum,AV.Jose balbino em frente a TP motos, feira livre ao lado do ponto dos taxistas…fica aqui a inteira liberdade di opinarem sobre o meu trabalho,desde q sejam criticas construtivas,e sem menos prezar profisionalmente ou politicamente ninguem.A cidade precisa de homens q ajudem no seu desenvolvimento e nao de torcida contra pra ter do q falar depois,vamos esquecer apoliticagem e unirmos força por uma SOBRADINHO melhor.E q DEUS nos abençoe.

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