O que provoca mais curiosidade que uma história contada às margens do Velho Chico? Um rio conhecido como da Integração Nacional, que esconde segredos e mistérios. É nesta esfera surpreendente que o esperado ‘Nego D’água o Filme’ ganha vida.
Maria Izabel Pontes Muniz, a ‘Bebela’, foi a historiadora escolhida especialmente para abrir as gravações do filme, que serão realizadas na tarde deste sábado (11).
O longa-metragem foi criado e dirigido por Flávio Henrique Fonseca, com direção geral do consagrado cineasta Roque Araújo, produzido também pela Macambira Entretenimento, com direção de arte e imagens de Luciano Peixinho (Sertão Mídia) e equipe do Instituto Roque Araújo.
Diferentemente do que se pode esperar, o longa abre espaço para que as pessoas da terra contem as suas histórias e levem ao país inteiro as cores e encantos que o Sertão oferece.
O filme conta com a participação de técnicos da Bahia e atores de Salvador, mas 90% do elenco, trilha sonora e técnica geral são compostos por ribeirinhos da região do Vale do São Francisco.
Sinopse
A trama conta a história de Marta, uma menina romântica ribeirinha que nasce em um bairro de Juazeiro e vive uma história de Amor, mistérios, lendas e medos. Marta é uma pessoa que vive entre moradores e pescadores no Angari, uma comunidade rica de crendices, folclores e superstições. Ainda menina ela se apaixona pela lenda do Nego D’água e, na adolescência, sonha em se entregar a este romance, que para muitos é pura lenda.
Mas para Maria Doida, uma idosa desacreditada por viver no passado a mesma história da menina e que realiza no presente os seus desejos do passado, uma realidade indiscutível. O Rio São Francisco serve de fundo para ilustração desta história, trazendo as manifestações culturais da cidade.
O filme também aborda, ao longo do enredo, temas como preservação das águas doces, matas ciliares, habitação, saneamento básico e problemas sociais, mas o foco é a história de Marta e a sua paixão pela lenda do Nego D’Água, personagem do lendário ribeirinho que, segundo historiadores, vive nas águas do rio assustando pescadores e lavadeiras. As informações são da assessoria.
Olá meu nome é edileusa vocês estão arrasando
Parabéns pelo seu trabalho maravilhoso que vai começar hoje
Conheço essa história contada por meu pai, Tenente Coelho.
Afirmava a veracidade da existência do Nego D’água por tê-lo visto saindo de debaixo do seu barco enquanto pescava no Angari. Descrevia-o como um ‘negrinho de cabeça volumosa e reluzente e de pele corporal presumivelmente escorregadia. Viu-o uma unica vez, mas guardava todos os detalhes daquele ser aquático de estatura pequena enquanto caminhava desengonçado até a margem, ignorando a sua presença. De inicio, dizia ele, que ate pensou ser algum moleque dali mesmo, mas logo percebeu que se tratava de ‘ algo do outro mundo”, por que no retorno mergulhou e sumiu na correnteza do rio, só deixando borbulhas sobre a água. Eu, menina, só de imaginar “o monstro”, perdia o sono. Já adulta, , presumo não ter passado de mais uma história de pescador.