Livro sobre poéticas de tradição oral nas redes sociais será lançado em Petrolina na próxima segunda-feira

por Carlos Britto // 27 de abril de 2019 às 21:38

A pesquisadora e ensaísta Maria Alice Amorim acaba de editar o livro ‘Pelejas em Rede’, que estuda as relações das poéticas de tradição de oralidade nos meios impressos e na web. A obra sai pela Zanzar Edições, da própria autora, e recebeu incentivo do Funcultura. Em Petrolina, o lançamento com palestra e sessão de autógrafos acontecerá no Auditório da biblioteca da Facape, na próxima segunda-feira (29), às 19h. Com um limite de 85 vagas, a inscrição é gratuita e deve ser feita na Sala do Colegiado de Letras. A participação garante aos inscritos um certificado de 4 horas.

Trata-se de uma obra ensaística em que o mote é a peleja. São as pelejas de cordelistas e repentistas, que há séculos guardam variados códigos e simultaneamente entrelaçam elementos poéticos em processo de atualização, combinando formas fixas, ritmo, temas, em desafios ao vivo, desafios impressos, desafios mediados pela web. O trabalho é resultado de pesquisas sobre as poéticas de tradição oral que Maria Alice vem desenvolvendo a partir da década 1980. O tema foi, inclusive, aprofundado durante o mestrado e o doutorado, ambos cursados no programa de pós-graduação em Comunicação e Semiótica, na PUC-SP.

O livro contém 320 páginas ilustradas e minuciosa bibliografia sobre o assunto, o que deve garantir a sua classificação como obra de referência. Há, ainda, ao final da publicação, uma síntese preparada pela autora e traduzida para o espanhol e inglês, a fim de que o conteúdo da obra possa ser acessado amplamente. A tradução para o espanhol foi realizada pelo professor e tradutor cubano, Ciro Uría. A versão em inglês ficou a cargo dos tradutores John Holtappel e Geraldo Maia. A pesquisadora e professora universitária Mônica Rebecca Ferrari Nunes escreveu o prefácio. O projeto gráfico e diagramação são assinados por Patrícia Cruz Lima. A impressão foi feita no parque gráfico da Cepe. A capa do livro é uma xilogravura do poeta, editor e gravurista Marcelo Soares.

Conforme a autora, essas redes de que trata o livro dizem respeito a recorrências de específico fazer poético, entrelaçam temáticas, modos de versificação, modos de operar poeticamente, e assim deixam vislumbrar os veios da tradição, ao mesmo tempo em que exibem vivacidade e agudeza do aqui e agora: “são metáforas do mundo em continuidades e descontinuidades de espaço-tempo, em comunicação poética que, mesmo obedecendo a repertórios temáticos e regras formais, instaura novos modos do fazer poético e, simultaneamente, restabelece memórias seculares acionadas pela memória longa”.

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  1. Coelho só apoia Coelho, quando ela procurar outro grupo talvez consiga chegar lá. Com os votos dos otários, por que…