Era para ser um projeto sem polêmica. Afinal, a iniciativa da vereadora Maria Elena (PSB) de instituir o ensino da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) nas escolas municipais de Petrolina é uma discussão antiga, que já teve inclusive o projeto original discutido e modificado. Mas não foi o que aconteceu.
Na sessão passada os vereadores aprovaram, por oito votos a cinco, pedido de vistas ao projeto, proposto pelos governistas Alvorlande Cruz (PRTB) e Ronaldo Silva (PSDB).
O motivo é que o secretário de Educação, Heitor Leite, justificou que seria inviável a criação de uma disciplina em detrimento de outra, uma vez que os alunos com necessidades especiais matriculados na rede municipal já são atendidos pela disciplina. Presidente da Comissão de Educação da Casa, a vereadora Cristina Costa deu parecer favorável ao projeto e foi um dos cinco votos contrários ao pedido de vistas.
No entanto, Cristina reconheceu que, para não virar uma lei inócua no município, como outras que só existem no papel, ela defendeu um maior diálogo em relação à matéria.
Adequações
Já a representante da Associação dos Surdos de Petrolina (ASP) e do Núcleo Municipal de Línguas (Numel), mostrou uma visível frustração porque, no seu entendimento, o projeto ampliaria o acesso dos estudantes à linguagem de sinais. A vereadora Maria Elena também seguiu nessa linha, e ainda criticou sutilmente seu colega Aílton Guimarães (PMDB), por ter levado ao conhecimento de Heitor Leite um assunto já anteriormente debatido. Mas Alvorlande Cruz justificou que o projeto foi retirado de pauta apenas para o secretário esclarecer algumas dúvidas, a fim de evitar que a proposta seja votada açodadamente. O vereador destacou a “grandeza social” do projeto e assegurou que quando o mesmo retornar à Casa, com as devidas adequações, será aprovado.