Em quase quatro horas de questionamentos, o dono da Empresa Rodando Legal, Carlos Logulo, esclareceu as críticas dos vereadores da Casa Plínio Amorim na sessão plenária desta quinta-feira (26), em relação ao serviço da terceirizada na área de guincho em Petrolina. Diplomático, Logulo não fugiu das perguntas, mas demonstrou irritação em alguns momentos, sobretudo com o vereador governista Gilberto Melo (PR).

Desde a polêmica trazida à Casa há alguns dias por outro integrante da bancada de situação, Aero Cruz (PSB), que cobrou um posicionamento sobre os valores “exorbitantes” cobrados pela Rodando Legal para guinchar e manter o veículo no depósito, Gilberto vinha fazendo um trocadilho com a empresa, tachando-a de ‘roubando legal’. Durante a sessão de hoje, o vereador voltou a usar o termo.

Logulo desafiou o governista a mostrar eventuais prejuízos a veículos que já foram levados para o depósito da empresa, após recolhidos. “Eu pago o triplo do valor (da taxa) se alguém disser que seu carro teve um retrovisor quebrado ou foi arranhado”, declarou. O empresário também considerou “deselegante” o comentário de Gilberto quando este insinuou que a Rodando Legal tem “parcerias” com agentes municipais de trânsito.

“É bom que se diga que a Rodando Legal não apreende nem libera veículo. Os veículos são apreendidos pelas forças policiais e agentes de trânsito. A nós cabe fazer o serviço de guincho e o acautelamento, ou seja, a guarda do veículo. Nós ganhamos em cima das diárias de reboque e das diárias de carro, moto ou caminhão”, explicou.

Taxa

Logulo também refutou as reclamações de Aero Cruz quanto ao valor das diárias de acautelamento, que saíram de R$ 2,75 para R$ 33,00. O empresário admitiu o excesso, mas deixou claro que a taxa estava dentro do processo licitatório que a Autarquia Municipal de Mobilidade (AMMPLA), na gestão anterior, jogou no mercado. Ele informou ainda que dificilmente esse valor mudará, uma vez a AMMPLA fez uma pesquisa junto às cidades onde o sistema de guincho funciona e constatou que a diária em Petrolina sequer cobria os custos do órgão municipal com o serviço.

Logulo justificou que o atual valor, por mais salgado que possa parecer, no caso de Petrolina não é o mais elevado do País, inclusive sendo mais barato do que a Polícia Rodoviária Federal (PRF). “Houve uma oneração, mas uma taxa de R$ 2,75 não é nem num estacionamento rotativo. Não dá para se ter uma taxa no passado onerando o serviço que a própria AMMPLA fazia”, afirmou.

Perguntado do porquê a empresa cobrar, por exemplo, o valor por motocicleta guinchada, quando numa saída apreende dez delas, Logulo explicou que essas prática não é somente em Petrolina, mas em todo cidade onde esse serviço terceirizado existe, ou mesmo quando feito pelo município ou Estado. A medida é, principalmente, a fim de evitar prejuízos, já que há veículos que terminam indo a leilão. “Essa taxa é cobrada por veículo, e não por lote de veículo”.

O empresário deixou a entender, antes de encerrar sua participação, que o debate foi desnecessário, uma vez que passou horas respondendo a questionamentos “previstos em lei”. “Sei que o serviço não é perfeito, mas a Rodando Legal tem 18 funcionários, com INSS e salários em dia. Não vejo nenhuma ilegalidade no serviço. É como se quisessem culpar um vendedor de caixão por alguém que morreu”, concluiu.