MEC aplicará Revalida para estudantes brasileiros

por Carlos Britto // 13 de julho de 2013 às 10:19

MédicosO Ministério da Educação (MEC) vai aplicar o Exame Nacional de Diplomas Médicos (Revalida) para os estudantes dos cursos de Medicina do Brasil. A informação foi confirmada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo exame, na sexta-feira (12). A prova – obrigatória para os médicos formados no exterior que querem atuar no País – será aplicada como um pré-teste para alunos do sexto ano ainda em 2013.

A ideia é verificar se o exame está de acordo com a matriz curricular das faculdades brasileiras. Criado em 2011, o Revalida teve índices de 90% e 91% de reprovação nos dois últimos anos. Segundo informou a assessoria de imprensa do Inep, a medida não tem o objetivo de avaliar a qualidade dos futuros profissionais brasileiros. Ainda não há informações sobre quantos alunos (e de quais universidades) serão submetidos ao teste.

A novidade foi divulgada quatro dias depois do Governo Federal anunciar o programa “Mais Médicos”, com uma série de medidas para atender a demanda por profissionais da área no Sistema Único de Saúde (SUS). Entre elas, a decisão de aumentar de seis para oito anos o tempo de duração dos cursos de Medicina no Brasil e a importação de médicos estrangeiros para atuação em cidades do interior e da periferia, possivelmente sem a exigência de revalidação dos diplomas. (Fonte: JC Online)

MEC aplicará Revalida para estudantes brasileiros

  1. roosevelt s. fernandes disse:

    MERDÍCOS BRASILEIROS OU IMPORTADOS?

    Dizem que tudo que é importado é melhor, mas se pararmos para pensar, esta assertiva pode ser válida quando o produto importado tem origem conhecida e confiabilidade.
    Como o Brasil passa por um momento de atender às demandas dos manifestantes das ruas – nunca na estória desse país se poderia esperar que isso ocorresse no contexto do atual governo – resolveram misturar “oportunidade” e “pedido das ruas”, através de entender que a melhoria do serviço de saúde se resolveria com médicos, ignorando – por razões que quem fez a confusão sabe perfeitamente – coisas mais importantes como postos médicos com o mínimo de condições de atendimento, leitos, remédios, isso para dar apenas alguns exemplos.
    A citação do termo “oportunidade” foi a inesperada, e não discutida previamente, decisão de trazer médicos do exterior que inicialmente seriam de Cuba e Paraguai, além de outros países da América do Sul, mas que, decorrente das reações, passou a serem médicos de Portugal e Espanha.
    Esqueceram-se de imaginar que a vinda destes médicos tem custo de passagem área, treinamento básico a cerca da língua (quem já foi a Portugal sabe como é difícil entender os que os nossos irmãos portugueses falam), custo de alojamento do médico no local para onde será designado (mais o custo deste transporte até o local), sua alimentação, e outros aspectos que na pressa da decisão ficou para ser discutido depois.
    Porém o problema só está começando.
    Se não farão o “Revalida” (verificação do nível de seu conhecimento) é claro que não terão registro no Conselho Regional de Medicina e, deste modo, por autorização governamental, fica criada uma classe diferente de médios no Brasil.
    Um médico brasileiro – com registro no CRM – caso ele faça algum ato ou procedimento incorreto há como se mover uma ação na justiça. Para estes “novos médicos autorizados pelo governo” se isso acontecer como fica a ação na justiça? Se aciona-lo como médico qualquer juiz vai dizer que a ação não tem fundamento, pois, frente à legislação brasileira, o acionado não é (pelas leis brasileiras) efetivamente um médico.
    E os problemas continuam.
    Tais médicos virão para o Brasil para passar três anos, mas ninguém fala o que será feito com aqueles que em poucos meses forem considerados “disponíveis”. Voltam aos seus países de origem – governo paga a conta do transporte dele até um aeroporto internacional e daí para o seu país de origem – ou vão acabar ficando no Brasil e, certamente, migrando para as regiões metropolitanas onde hoje já se observa certa presença de médicos?
    Temos ainda um fato final.
    Não em Portugal e Espanha onde o ensino de Medicina tem padrão de qualidade, mas há muitos brasileiros que foram – por conta própria e bolsa do próprio governo – para países onde (infelizmente) o nível dos cursos de Medicina é questionável, brasileiros estes que há muito estão interessados em voltar, mas com a barreira do “Revalida” não estão tendo a chance de voltar como médicos.
    Será que estes brasileiros com dificuldades de retorno vão ser os privilegiados para retornar ao Brasil e, deste modo, sem restrições ao retorno e a atuação na área médica?
    Se ainda ninguém pensou nisso, deveria pensar, pois a “solução mágica de trazer médicos do exterior” pode, entre outras, permitir este tipo de manobra.
    Para terminar não posso deixar de admitir que se para uma dada região (após convocação por edital) não aparecer um médico residente no Brasil, que se adote a opção “importar médicos”, mas há que se entender que importar profissionais de saúde não pode incluir os problemáticos médicos brasileiros formados fora do Brasil em países onde reconhecidamente o nível do curso de Medicina é flagrantemente questionável.
    Fica este artigo como alerta para uma discussão que está passando despercebida da grande maioria da sociedade esclarecida presente às ruas.
    Há que se ter cuidado para que venhamos a receber como (previsível) presente um belo “Cavalo de Troia”

    Roosevelt S. Fernandes
    Pesquisador ambiental e social / NEPAS

    1. Cidadão disse:

      Se for por essa linha também é difícil para um médico da região sul entender o que uma pessoa pobre aqui do sertão nordestino fala. A adaptação a condições diferentes é sempre necessária. Mas é sintomático que os médicos brasileiros sejam quase sempre reprovados no exame facultativo realizado pelo CRM-SP. O CRM e o CFM são órgãos corporativistas que raramente punem ou caçam a licença médica e antes que reclamem, a maioria dos conselhos de classe são assim (CREA, CFM, etc.).

    2. Xocó disse:

      Apesar de você amanhã há de ser um novo dia. Deixe para criticar depois de 1 ano da chegado do médico estrangeiros. Só peço que não use essa expressão sindicalista IMPORTADOS, o correto é dizer médicos contratados em outro país. E outra, esses conselhos não passam de sindicato de classe, estão aí apenas para criarem RESERVA DE MERCADO. Muito bem Dilma, vá em frente, ESTAMOS CONTIGO!!!!!!!!!!!!!!!!

  2. roosevelt s. fernandes disse:

    Acho que está na hora de quem está (estrategicamente) calado falar.
    Como até ontem era participante ativo do sistema, qual o motivo de subitamente entrar em um processo de “calado meio morto”. Seria muito bom que pudesse dizer o que pensa sobre tudo que está acontecendo no Brasil. O povo espera que isso aconteça; ou melhor, o povo já está esperando há algum tempo que ele fale. Nunca na estória deste país se esperou tanto que ele fale. Vocês não concordam?

    1. Gabriel disse:

      MUITO BEM DILMA, O POVO ESTÁ COM VOCÊ, DUZENTOS MIL MÉDICOS PARA UM PAÍS DE MAIS DE 170 MILHÕES DE HABITANTES É UM ABSURDO, É O CÚMULO DA IGNORÂNCIA, PARABÉNS A DILMA POR PEITAR A CLASSE MÉDICA/BURGUESA FORMADA PRINCIPALMENTE POR FILHOS E PARENTES DE DEPUTADOS E SENADORES.

      CHEGA DE BENEFICIAR UMA CLASSE EM DETRIMENTO DE TODA A POPULAÇÃO.

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