Médicos em todo o País irão suspender o atendimento a pacientes de planos de saúde por um período de até 15 dias. O protesto, na maioria dos estados, está previsto para começar nesta quarta-feira (10).
Esta é a quarta paralisação anunciada pela categoria em dois anos. De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), serão suspensas apenas consultas e cirurgias eletivas – serviços de urgência e emergência não serão afetados.
Sete unidades federativas anunciaram a suspensão do atendimento a todas as empresas de saúde suplementar do País. Em oito estados, o protesto vai atingir apenas operadoras de planos locais. Há ainda sete estados que irão realizar assembleias para definir os planos a serem atingidos.
Em Pernambuco, a movimentação terá seu ápice na semana seguinte, entre os dias 15 e 19 de outubro, período em que os profissionais prometem não atender clientes das operadoras Hapvida, Sulamérica, Ideal Saúde e os produtos da Intermédica, que tem as marcas Interclínicas e Notre Dame. A paralisação irá atingir 500 mil usuários, segundo cálculos da diretora do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Malu David. Atendimentos de urgência, emergência e tratamentos como hemodiálise, quimioterapia e radioterapia serão respeitados.
Além do reajuste de honorários de consultas e outros procedimentos, a pauta de reivindicações inclui a inserção, em contrato, dos critérios de reajuste, com índices definidos e periodicidade e o fim da intervenção dos planos na relação médico-paciente.
Defasagem do valor das consultas
De acordo com o vice-presidente do CFM, Aloísio Tibiriçá, as receitas dos planos de saúde no Brasil crescem, em média, 14% ao ano, mas o reajuste não é passado aos médicos. Segundo ele, o valor pago por consulta realizada já chegou a representar 40% dos gastos pelas operadoras, mas atualmente fica entre 14% e 18%.
“Defasou muito e está bem aquém da própria necessidade de sobrevivência do médico no consultório”, disse. “Vivemos um conflito permanente com os planos de saúde. Os quase 50 milhões de usuários estão em um gargalo de atendimento médico. Os planos não credenciam mais serviços ou mais médicos por contenção de custos”, completou o vice-presidente. (Fonte: Cremepe)