Memória: Empresário lembra infância na casa do tio Osvaldo Coelho e as decisões que de lá mudaram o Sertão

por Carlos Britto // 04 de novembro de 2015 às 09:00

rafaelNeste emocionante artigo enviado ao Blog, o empresário Rafael Coelho lembra da sua saudosa infância na casa do tio-avô Osvaldo Coelho, a qual depois viria a compreender que ela não era uma simples residência. De lá, conta ela, sairiam decisões que mudariam a vida dos petrolinenses e dos sertanejos.

Confiram:

Há na minha cidade uma casa, que quando criança sempre frequentei – e ela era grande, suas portas estavam sempre abertas, nela se realizavam grandes almoços e jantares, tantos se hospedavam, muita gente visitava, e nem sempre era possível entrar saltando entre seu piso preto e branco, porque era comum encontrar suas salas cheias! Depois me contaram que na casa, como era antigamente, muitos nasceram e alguns morreram, e estes eram nossos protetores. Era a casa de Vovó!

Fui estudar, Vovó faleceu enquanto estava fora, fiquei afastado da casa. Anos depois voltei e não conseguia entender – a casa tão importante e grande da infância, era pequena e tão modesta para caber tantos hóspedes, convivas e comensais. Aquele espaço físico recebera presidentes, tantos governadores, inúmeros senadores, deputados, prefeitos e vereadores, líderes do governo e da oposição, grandes empresários, com apenas um banheiro para atender os hospedes dos 3 quartos do andar de baixo e os convidados. Não respeitava o protocolo, nem a “liturgia do poder”!

Agora entendo: a Casa não é grande, nem é pequena – ela é imensa! Vovó e Vovô construíram um celeiro que abrigou gigantes! Um mundo novo foi gerado deste lar. Na sua sala, está o marco zero da estrada que liga Petrolina a Recife. Naquela casa nascem as tomadas d’agua dos projetos de irrigação, é lá a pedra fundamental da Universidade, de todas as escolas técnicas. Nela começaram a girar as turbinas de Sobradinho. Na sua mesa o sertão bebeu a água do São do Francisco e tantos sertanejos transformaram seu destino pela educação e prosperidade. Ninguém saía de lá sedento ou faminto! Era o lugar onde se aspirava e conspirava pelo bem e prosperidade desta terra e da sua gente!

Fui tolo – em algum momento pensei que a casa fosse importante porque recebera os poderosos. Mas desde sempre tio Osvaldo entendeu que a força e a energia da casa não estava em receber os poderosos, mas em acolher os necessitados. E assim ele cuidou para que a Casa sempre tivesse suas portas abertas, e todos os que precisavam a ela acorriam – e foram muitos milhares, sim milhares, ao longo do último século.

Tio Osvaldo foi engenheiro e era o guardião da Casa e dos seus ideais – e esse mundo novo que ali foi gerado, ele carregava sobre os ombros. E como Atlas que carrega o mundo nas costas, suas mãos estavam sempre ocupadas, sobrava pouco tempo para cuidar das suas coisas pessoais, e pouco tempo até para segurar a mão dos seus próprios filhos.

No domingo, todos que também nos sentimos filhos dessa Casa ficamos órfãos – perdemos um Gigante!!!!

Rafael Coelho/Empresário

Memória: Empresário lembra infância na casa do tio Osvaldo Coelho e as decisões que de lá mudaram o Sertão

  1. Pedro Paulo disse:

    Petrolina é grande por causa dos Coelhos ou os Coelhos são grandes por causa de Petrolina? Acredito que as histórias e os enriquecimentos se entrelaçam. Nessa humanidade onde aquele que tem boas idéias corre o risco de ter de levá-las adiante, os Coelhos tiveram ótimas idéias. Petrolina é um exemplo para o mundo!!!! Quem dera todos os políticos fossem dos quilates dos Coelhos! Mas.. infelizmente, não são!
    A grande maioria é omissa e indigna de confiança!
    Vivas portanto aos Coelhos que fizeram e fazem Petrolina diferente!
    E obrigado por terem boas idéias para que todos possam usufruir, independentemente da classe social.
    E que fiquem ricos sim! Pois, evidentemente, é o preço que nós, que não tivemos boas idéias ou nem mesmo a coragem de levar alguma idéia avante, temos que pagar!
    Forte abraço! E minhas homenagens ao grande Oswaldo o qual tive o prazer de cumprimentar numa ocasião.

    1. Bandeira disse:

      Pedro; Sua pergunta é respondida por outro antigo político da região, notadamente milionário e com mais de 20 anos com mandatos federais e não encontramos nada na cidade com a sua marca, a não ser cargo públicos encabrestados por ele. Obras? Legado? Utilidade? Não, esse faminto não tem nada a mostrar e nele não voto nem para ir pro céu. Vida longa aos Coelhos, abaixo os politicos inúteis e profissionais.

  2. LUIZ MANOEL DE SANTANA disse:

    Certa vez estava na casa do Dr. Osvaldo com uma porção de convidados, e ele proferiu a seguinte frase: “Quem é de Petrolina, nascido aqui, levanta a mão!” Poucos levantaram a mão. Ele complementou: “Vejam o que Petrolina se tornou, o sucesso dela atrai tanta gente! Terra das oportunidades!”. Não estou sendo exato nas palavras, mas, com certeza, no sentido que ele quis expressar. Ele disse isso com grande orgulho do que esta terra tinha se transformado, e do seu trabalho para que isso ocorresse. Apesar de ter passado vários anos, nunca esqueci isso, por ser tão significativo e expressivo.

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