Conviver. Esta é a palavra de ordem para quem vive no semiárido brasileiro. E a ONG Caatinga tem realizado um trabalho conjunto com mais de 1.100 famílias de agricultores na perspectiva de encontrar alternativas viáveis e sustentáveis para a produção de alimentos limpos, mesmo em períodos de estiagem como o atual.
Utilizando defensivos naturais feitos à base de plantas e esterco, as famílias conseguem combater pragas e manter suas hortas e quintais produtivos. A água armazenada em cisternas e cacimbas ou bombeada de poços garante a produção de alimentos durante todo o ano para a família e até mesmo para a comercialização.
É o caso dos agricultores dos Sítios Araruna e Olho D’água, no município de Bodocó (PE), Sertão do Araripe. Com a água do poço comunitário, as famílias conseguem produzir uma grande variedade de hortaliças e legumes para consumo e geração de renda. A produção é suficiente para comercializarem nas feiras agroecológicas de Bodocó, Granito, Exu e do povoado de Timorante.
No município de Parnamirim (PE), Sertão Central, a criação de caprinos é o ponto forte da produção dos agricultores familiares. Mas é com a água acumulada nas cisternas que, além de manter os animais, as famílias garantem uma alimentação nutritiva e diversificada. Uma prova de que há alternativa para tudo. Até mesmo para enfrentar fenômenos naturais como a seca.