No vácuo da nova política, mais um jovem parte para um novo projeto político. Miguel Coelho anunciou sua pré-candidatura a deputado estadual pelo Partido  Socialista Brasileiro (PSB). Mas ser candidato é a única novidade a caminho.

Ele não está entrando na política: nasceu dentro dela e tem já uma vida de experiência no meio.

Filho do ex-ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB) e irmão do deputado federal Fernando Filho (PSB), o jovem advogado de 23 anos coordenou as últimas campanhas do irmão e quer agora, caminhar e escrever sua própria história no espaço ocupado por sua família há mais de 50 anos.

No encontro da Frente Popular de Pernambuco, realizado na última segunda-feira (10), Miguel teve a oportunidade de apresentar suas bandeiras políticas na pré-candidatura a deputado estadual. Na tarde de ontem (11) ele esteve no Blog para uma entrevista exclusiva e falou mais sobre suas propostas.

Seguir carreira num espaço ocupado por membros da família levantou duros comentários em torno do nome de Miguel, mas ele afirma que carrega no sonho o gosto pela política. “Quero ser candidato a deputado estadual para defender e representar, não só a minha cidade Petrolina, mas também todo o sertão pernambucano. Do Araripe ao Sertão Central. Trazer mais investimento, mais educação, mais mobilidade urbana, mais emprego pra essa área que eu nasci e aprendi a gostar. Tenho o maior respeito pelo povo sertanejo”, declarou.

Ele aproveitou  para fazer uma análise sobre os projetos do pai e do irmão anos nas eleições deste ano. “São duas campanhas diferentes. A campanha do pré-candidato ao Senado Fernando Bezerra é um pedido do PSB e de Eduardo Campos, já que ele está num projeto muito maior que o senado, uma disputa pra presidente. A outra campanha é do deputado federal Fernando Filho, do qual tenho grande honra de ser irmão, de conhecer o trabalho que ele tem desenvolvido”.

Miguel deixou claro que, apesar de estreante, se sente preparado para a missão.  “Quem me conhece sabe, sou apaixonado pela política. Nasci dentro da política, quero ser deputado. Estou atendendo a uma convocação do nosso grupo que dá sustentação ao deputado federal Fernando Filho. Foram nossos vereadores e prefeitos que levantaram a possibilidade para minha candidatura. Aceitei com maior prazer, porque gosto da política quero fazer política e acredito que tenho muito a contribuir para o povo pernambucano”.

Renovação

Apostando na renovação, Miguel também anunciou suas bandeiras prometendo luta pelo direitos do jovens, educação, mas sem esquecer a agricultura. “Vou defender primeiramente a educação, mas também vou carregar junto o tema da mobilidade urbana. Aqui em Petrolina sabemos que não é mais um fato futuro, é presente. Todas as obras de engenharia devem ser feitas com planejamento, bem pensadas para um período de 10, 15 ou 20 anos. E também vou defender a geração de empregos, porque sou jovem, entrei no mercado de trabalho recentemente. Faço parte de um escritório de advocacia e sei como é difícil o jovem, ao sair da faculdade, ingressar no mercado de trabalho. Vou trabalhar para que a geração de empregos seja uma demanda crescente”, ponderou, acrescentando que também estenderá o trabalho a outras áreas, caso eleito.  

“Não é porque teremos três principais bandeiras que vamos nos limitar a isso. Por ser um sertanejo, vou defender a agricultura. A isenção do K1 (taxa d’água do perímetro Senador Nilo Coelho) é uma bandeira do deputado federal Fernando Filho. Quando eu falo em trabalhar para a geração de emprego, a agricultura também se envolve porque é a maior forma de geração hoje em Petrolina e no Sertão do São Francisco. São temas que se relacionam e vou defender o que for de interesse do povo pernambucano”, completou.

Facape

Sobre a decisão do ex-ministro Fernando Bezerra em aceitar concorrer ao Senado, Miguel foi enfático: “obviamente que todos nós temos nossas pretensões políticas, mas o nosso partido e nosso governador que é nosso maior líder, convidou o ex-ministro para uma missão maior, missão de grupo que é ser candidato ao senado. Acreditamos que podemos dar uma contribuição maior sendo senador”.

O pré-candidato falou ainda sobre o projeto do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Facape em estadualizar a faculdade. “São propostas que vamos trabalhar para virarem realidade. No meu discurso eu falei sobre desse assunto Facape. Em conversa com o futuro governador de Pernambuco, Paulo Câmara, falei que se não fosse possível a gratuidade imediata, que ele fizesse uma equivalência com a renda recebida por cada aluno. A média mensal é RS 500 e isso mexe no bolso de quem paga, isso pesa para quem recebe um ou dois salários mínimo. Se você tem uma equivalência da mensalidade com aquilo que ele recebe, isso já ajuda os estudantes. Também vou trabalhar para o aumento das vagas oferecidas pelo ProUpe na Facape. Hoje, 800 são bolsistas. Defendi essa bandeira junto a Paulo Câmara e Raul Henry e eles se comprometeram em aumentar a participação do ProUpe na Facape”.

Ele disse ainda que defender a equivalência não afetaria diretamente a folha do Estado de forma agressiva. “O governo arca com uma parte e o estudante com outra. O objetivo é chegar à gratuidade, mas também não podemos ser irresponsáveis pela parte financeira, porque se você pegar 4,3 mil mensalidades e do dia pra noite torná-las gratuita, isso é um baque. Temos que defender nossas causas, mas temos que ser responsáveis naquilo que defendemos”.