O deputado estadual Miguel Coelho, indicado pela executiva estadual do PSB para assumir o comando da comissão provisória do partido em Petrolina, contestou o deputado federal Gonzaga Patriota. Gonzaga, até então, era o presidente e se mostrou chateado porque, segundo ele, a decisão não teria passado por uma discussão mais aprofundada.

Após a solenidade de encerramento do Chapéu de Palha da Fruticultura Irrigada, ontem (26) em Petrolina, que contou com a presença do governador Paulo Câmara (PSB), Miguel disse à imprensa que consultou Gonzaga antes mesmo da decisão da executiva ser anunciada.

Ele ressaltou ter tomado a atitude até pela história política de Gonzaga à frente do PSB local, por mais de 20 anos. “Quando ele soube da nova composição, desejou-me boa sorte e se colocou à disposição para ajudar”, ressaltou Miguel, que se desse surpreso ao tomar conhecimento de que o socialista teria deixado de comparecer ao evento de ontem porque estaria aborrecido por perder a presidência da comissão provisória. “Fiquei sabendo por vocês, da imprensa. O que eu sabia é que ele tinha outros compromissos e não poderia estar presente”, declarou.

Já em relação aos comentários ao seu outro colega de partido e de Assembleia Legislativa, Lucas Ramos, o qual afirmou numa nota a este Blog que a decisão era “autoritária” e “fruto de um projeto familiar”, Miguel foi mais duro.

Mesmo ressaltando o bom relacionamento que tem com Lucas, Miguel disse estranhar tal posicionamento. Primeiro porque essa decisão partiu da executiva estadual. “Se ele achou estranha a nova composição, deveria ter ligado para Sileno Guedes, que é o nosso presidente, ou para o governador Paulo Câmara. Tudo isso foi acertado com os dois”, frisou.

União

Além disso, Miguel reforçou que o PSB estadual reservou espaço para Lucas na comissão, mas ele preferiu retirar seu nome. O novo presidente da comissão também não deixou sem resposta a afirmação de Lucas de que a decisão seja um “projeto familiar” – uma vez que o pai de Miguel, senador Fernando Bezerra Coelho, já integra a executiva nacional do partido. “Muita me estranha também ele vir falar de projeto familiar, quando ele foi eleito através do projeto do próprio pai (Ranilson Ramos, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado)”, alfinetou.

O deputado deixou claro, no entanto, que o momento não é de falar em eleições, mas de agregar o partido. Por isso adiantou que vai falar com Lucas, Gonzaga e seu irmão, o deputado federal Fernando Filho, nesse sentido. Disse ainda que conversará com representantes de movimentos sociais ligados ao PSB na cidade e com vereadores aliados com o objetivo de transformar a comissão em diretório municipal. Só a partir daí é que a legenda vai tratar da disputa pela prefeitura em 2016. Assim como há quatro anos, Miguel reiterou que o partido terá candidato próprio e vai marchar unido.