Um dos segmentos mais atingidos pela pandemia de Covid-19, a cultura foi pauta principal de um encontro no Recife (PE) entre o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, e a categoria de produtores culturais e artistas nesta terça-feira (7). A reunião foi articulada pelo deputado estadual Wanderson Florêncio, que tem intenso diálogo com o setor.

Na reunião, os profissionais da cultura relataram perdas econômicas e desânimo com os rumos das políticas públicas para a categoria. Diversos dos participantes do encontro se queixaram da falta de atenção do governo do Estado em oferecer oportunidades e um plano de recuperação e valorização.

Os problemas de estrutura e ausência de incentivo, segundo os artistas e produtores, não é apenas da situação pandêmica dos últimos anos. A categoria relatou um abandono dos trabalhadores, artistas, produtores e projetos culturais da cena pernambucana, que sequer conseguem se apresentar em diversos eventos ou até receber cachês por atividades contratadas pelo Estado. “A gente precisa voltar a ser referência cultural. Tenho dito que deixamos de ser destaque no Nordeste em desenvolvimento e nos tornamos líderes em rankings negativos como desemprego e até miséria. O Estado não consegue nem pagar os cachês, o que é o mínimo, a obrigação. É inadmissível tratar nossa cultura, nossas tradições desse jeito”, lamentou Miguel Coelho.

Florêncio reforçou as críticas enumerando desafios que precisam ser enfrentados para reestruturar o segmento. “O setor cultural pernambucano, com seus artistas, músicos, agremiações, artesãos e toda cadeia produtiva, precisa de novos ares em nosso Estado. Hoje, a cultura pena sem a falta de uma política de valorização e incentivo. Falta um calendário cultural, de fomento, de pagamentos em dia nas apresentações, de atrativo para as novas gerações, entre outras iniciativas. Tudo isso é urgente para resgatar os tempos áureos da cultura pernambucana”, afirmou o parlamentar no encontro.