Ministério da Saúde e INCA lançam campanha contra cigarros eletrônicos

por Carlos Britto // 31 de maio de 2024 às 16:30

Foto: GoV BR

O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (INCA) lançaram uma campanha de proteção das crianças contra a interferência da indústria do tabaco para alertar sobre os riscos do uso de cigarros eletrônicos, especialmente entre crianças e adolescentes. O lançamento da campanha coincide com o Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio.

O uso de produtos de tabaco, incluindo cigarros eletrônicos, por crianças e adolescentes é uma preocupação global, pois pode levar a uma iniciação precoce no tabagismo. Essa faixa de público que usa cigarros eletrônicos têm pelo menos duas vezes mais probabilidade de fumar cigarros convencionais mais tarde na vida. A campanha, que utiliza uma linguagem jovem, tem como objetivo não apenas alertar sobre os perigos do tabagismo, mas também proteger as novas gerações dos impactos negativos do uso de tabaco, destacando as táticas da indústria do tabaco para atrair esse público vulnerável.

Durante o evento de lançamento, foi apresentado o estudo “Carga da doença e econômica atribuível ao tabagismo no Brasil e potencial impacto do aumento de preços por meio de impostos”, que destaca a importância de medidas preventivas e educativas para combater o tabagismo, especialmente entre os mais jovens.

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) revelou que, em 2019, 16,8% dos escolares de 13 a 17 anos já haviam experimentado o cigarro eletrônico, sendo mais comum entre os homens do que entre as mulheres. A variação regional também foi significativa, com maior experimentação nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, e menor no Nordeste e Norte do país.

Anvisa

Os cigarros eletrônicos, que incluem produtos de tabaco aquecido, podem conter nicotina e outras substâncias tóxicas, prejudicando o desenvolvimento cerebral de crianças e adolescentes e aumentando o risco de doenças cardiovasculares, respiratórias e diversos tipos de câncer. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a comercialização, fabricação e publicidade de cigarros eletrônicos desde 2009. A nova Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 855/2024 reforça essa proibição, além de vetar o seu uso em locais fechados, públicos ou privados.

O Programa Nacional de Controle do Tabagismo, coordenado pelo Ministério da Saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), tem sido eficaz na redução do número de fumantes e de mortes relacionadas ao tabagismo no país, por meio de ações educativas, apoio ao tratamento da dependência da nicotina, ambientes livres de fumaça do tabaco, entre outros.

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