O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por crimes que incluem corrupção passiva, fraude em licitações e organização criminosa. O relatório da PF foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (11), sob sigilo, e tem como relator o ministro Flávio Dino. Segundo informações confirmadas por membros da PF, Juscelino Filho é suspeito de envolvimento em um esquema de desvio de emendas parlamentares enquanto era deputado federal. Os desvios teriam sido direcionados para a cidade de Vitorino Freire, no Maranhão, onde sua irmã, Luanna Rezende, é prefeita, e onde seu pai já ocupou o cargo por duas vezes.

O dinheiro das emendas, destinado à pavimentação de ruas, teria sido enviado por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), tornando-se uma prática frequente para a indicação de verbas do orçamento. De acordo com relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), 80% da estrada pavimentada com as emendas beneficiou propriedades de Juscelino Filho e de seus familiares na região.

Além disso, o ministro também foi acusado anteriormente de utilizar dinheiro público para realizar viagens pessoais em março de 2023.

O Ministério das Comunicações, sob o comando de Juscelino Filho, é responsável pela política de telecomunicações, radiodifusão e serviços postais, incluindo os Correios. Juscelino Filho foi eleito deputado federal em 2014 e reeleito em 2018 e nas eleições gerais seguintes. Durante seu primeiro mandato, foi líder do Partido Republicano Progressista e, no segundo, presidiu o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, além de coordenar a bancada maranhense. Seu pai, Juscelino Rezende, também teve uma carreira política ativa, tendo sido prefeito de Vitorino Freire por dois mandatos e deputado estadual por três vezes. (Com informações do g1 e da Folha/SP)