O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, em passagem ontem (16) pelo Recife, afirmou que a nota publicada no Facebook do Partido dos Trabalhadores (PT), há nove dias, desferindo ofensas contra o governador-presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE), não representa a posição do partido. Ele foi categórico ao declarar que “as críticas ao opositor serão feitas, mas serão pautadas pelas posturas políticas do socialista e não no aspecto pessoal”.

Na entrevista, que aconteceu minutos antes de iniciar uma palestra para jovens católicos, durante o 4º Congresso da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), o auxiliar da presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou que Eduardo Campos é um aliado histórico e que “não é da noite para o dia que diremos que o ‘cara’ não foi aquilo que ele sempre foi”. “Existem divergências políticas, mas não vamos descer o nível do debate”.

Apesar disso, o ministro – muito ligado ao ex-presidente Lula – prometeu que o PT está preparado para fazer críticas ao socialista, no momento em que a campanha eleitoral começar. O governador pernambucano anunciou que vai deixar o comando do Estado no dia 4 de abril para disputar a Presidência da República.

Sobre a reação de Dilma diante da repercussão do texto, Carvalho afirmou que a presidente não gostou do conteúdo “e deixou muito claro o posicionamento”. O ministro também destacou que a mensagem anônima serviu de alerta para redobrar os cuidados com o site e as redes sociais. Intitulada A Balada de Eduardo Campos, a postagem chamava o governador de “tolo” e de “playboy mimado”. O texto também dizia que ele havia se vendido à oposição para disputar a Presidência.

Mensalão

No dia seguinte, Eduardo disse considerar o texto como um “ataque covarde” dos petistas. E o líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), afirmou que o PSB pode assumir uma postura mais de oposição no Congresso. No evento para os jovens, durante rápido discurso, o ministro saiu em defesa do PT no escândalo do Mensalão, afirmando que o esquema de “caixa 2” não é uma coisa nova no Brasil. Para o ministro, apesar de ser uma prática comum, foi uma desculpa para que a oposição tentasse derrubar o ex-presidente Lula.

Carvalho também conclamou os jovens católicos da PJMP a cobrar coerência das autoridades políticas. “É essencial que quem está lá (no poder) não se deixe corromper ou cooptar. O povo teve consciência do projeto político que estava em jogo, em 2006, por isso o PT foi reeleito. É preciso ter clareza que estamos construindo uma nova cultura e uma nova prática de sociedade”, defendeu o petista, seguido das palmas dos jovens. (Fonte: JC Online/foto: Marcela Balbino)