Cerca de 120 famílias do fundo de pasto de Brejo de Dentro, localizado no município de Sento-Sé, no norte da Bahia, vem enfrentando um sério problema na comunidade: a falta d’água. A população local vive basicamente da agricultura familiar e da criação de animais, mas está peregrinando para realizar até atividades básicas do dia a dia, como tomar banho e cozinhar, por exemplo. Na comunidade há um poço artesanal e um sistema de abastecimento, mas a água não chega nas caixas d’água das casas.
A solução encontrada pelos moradores foi cavar buracos nas ruas, em locais em que a água do poço ainda chega. “Não temos água para maioria das pessoas do povoado, o pessoal está no meio do sol, pegando água para sobreviver e correndo risco até de prejudicar a saúde”, comenta a presidente da Associação de Trabalhadoras Rurais, Arlene Barros.
A água desse poço é ligada três vezes ao dia: às 6h, 10h e às 13h. Durante esse período, os moradores formam filas nas ruas para encher os galões de água. “Tem dia que a gente perde serviço esperando pela água”, diz o agricultor Antônio da Silva. Às vezes, a população não consegue encher nem um galão de água, como afirma o agricultor Clévio dos Santos: “Todo dia a gente vem pegar água aqui, tem vezes que pegamos quatro baldes, um, e às vezes não dá pra encher nenhum”.
Segundo os moradores de Brejo de Dentro, há cerca de dois anos a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), por meio da 6ª Superintendência Regional (SR), instalou uma caixa d’água e encanamentos para levar água do Rio São Francisco à comunidade. Mas, ainda segundo a população, esse sistema de abastecimento só funcionou durante o período eleitoral. “A comunidade vizinha tem água encanada, tá faltando o que pra a água chegar aqui? As casas têm registros e a água não chega, nós não estamos pedindo, nós vamos pagar pela água”, reivindica Antônio.
Apelo
Enquanto o problema persiste, os moradores fazem um apelo para que os órgãos responsáveis pelo abastecimento na comunidade resolvam a situação. “A gente sabe que pegaram o dinheiro pra fazer esse serviço e abandonaram, dizendo que roubaram um transformador. Só que nós queremos a água, nós temos direito de ser gente, porque aqui no Brejo de Dentro tem gente, não apenas animais, e até os animais precisam de água pra beber”, insiste a agricultora Josefa Barros. Fica o espaço reservado para os esclarecimentos por parte da Codevasf. (Com informações da Comissão Pastoral da Terra de Juazeiro/ foto divulgação)
O blog noticiou o problema, falta agora verificar juntos aos órgãos responsáveis, a persistência do problema e dar uma resposta aquela comunidade, pois a 6ªSR da Codevasf e a empresa executora licitada (se é que foi) vem tratando com muito descaso essas comunidade beneficiadas com esse programa.