Uma manifestação que começou nas primeiras horas da manhã de hoje (24) no bairro João de Deus, zona oeste de Petrolina, clamou por ações urgentes para a comunidade. O protesto acontece um dia após a mobilização, na frente da prefeitura, promovida por pais e alunos do distrito de Simpatia, zona rural da cidade, contra o fechamento da escola Tenente Jessé, que atende estudantes do 5° ao 9° ano do ensino fundamental na comunidade.

Lideranças da manifestação no João de Deus interditaram algumas das principais vias de acesso ao bairro, impediram dois ônibus da Viva Petrolina de circularem e chegaram a atear fogo em pneus colocados para bloquear o acesso de veículos.

Munidos de vários cartazes cobrando melhorias para o bairro, os manifestantes se concentraram no terminal de transporte coletivo do João de Deus, localizado na Rua 12. A escolha se deu justamente porque o serviço dos ônibus foi o principal foco da reivindicação de hoje, como atestou a universitária Flávia Ribeiro, uma das organizadoras do protesto.

“Num bairro como o nosso, com mais de 30 mil habitantes, tem dia que só há um ônibus circulando. Isso é um desrespeito com todos os moradores”, desabafa. Mas as reclamações não param por aí. Flávia pontua problemas na educação (creches que não dão conta de atender todas as crianças) e obras de infraestrutura paradas, a exemplo do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) e Praça da Juventude.

“O João de Deus é um bairro que dá lucro. A mão de obra sai daqui para as fazendas e para o comércio, e nos sentimos realmente abandonados. Estamos lutando para mudar essa realidade”, completou a universitária. Os vereadores Manoel da Acosap, Zenildo do Alto do Cocar e Geraldo da Acerola passaram por lá, mas foram impedidos pelos comunitários de discursarem. “Não deixamos porque o dia de falar hoje era nosso”, disse Flávia.

Reunião

Por volta das 11h, os secretários municipais Orlando Tolentino (Governo), Rogério Valença (Obras) e o diretor-presidente da EPTTC, Paulo Valgueiro chegaram ao bairro e se reuniram com os organizadores do protesto. O encontro, que terminou há cerca de uma hora, aconteceu numa sala da Escola Jesuíno Antonio D’Ávila. Durante a conversa os representantes da prefeitura repassaram aos líderes comunitários as medidas que o Executivo Municipal está tomando para amenizar a situação no bairro. Mais detalhes sobre o encontro pelas próximas horas.