A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou nesta semana que vai ajudar o Brasil na luta contra o vírus zika. O organismo facilitará a transferência para o país de um irradiador gama, equipamento capaz de tornar estéreis os espécimes machos do Aedes aegypti criados em cativeiro. Após o tratamento com radiação, os animais são liberados no ambiente, mas não conseguem se reproduzir, dificultando a proliferação do mosquito transmissor da zika, dengue e chikungunya.
Esse método de combate aos insetos, chamado Técnica do Inseto Estéril (SIT), já é utilizado há mais de 50 anos para eliminar pestes na agropecuária. A agência das Nações Unidas (ONU) tem coordenado esforços globais para implementar a estratégia também no combate a mosquitos como o Aedes. O irradiador gama que o Brasil vai receber será transferido para a Biofábrica da Moscamed (Projeto Aedes Transgênico – UPAT), localizada em Juazeiro (BA).
“O irradiador permitiria ao nosso centro produzir até 12 milhões de machos estéreis do Aedes aegypti por semana, alcançando até 750 mil pessoas em 15 municípios, nos estados brasileiros da Bahia e de Pernambuco, que foram atingidos de forma particularmente dura pelo zika”, afirmou o diretor do Moscamed, Jair Virgínio, durante um encontro de especialistas de 12 países, realizado em Brasília e organizado pela AIEA e pelo Ministério da Saúde.
A estimativa, segundo a Rádio ONU, é que o equipamento chegue à Juazeiro no mês de julho. “Nós estimamos isso até aproximadamente julho, porque é uma logística complicada trazer equipamento da Europa até a cidade de Juazeiro, no interior da Bahia“, explicou o o vice-diretor do Departamento de Ciências e Aplicações Nucleares da AIEA, Aldo Malavasi. (fonte: ONU Brasil/Rádio ONU/foto: divulgação)