MPF quer garantir que nomeações no Dnit e Dnocs sigam critérios técnicos

por Carlos Britto // 18 de maio de 2020 às 19:00

Foto: Reprodução

O Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF-PE) quer informação dos Ministérios da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional, bem como da Casa Civil da Presidência da República, sobre os critérios de nomeação dos atuais ocupantes dos cargos de coordenador estadual, superintendente regional e diretor-geral das autarquias Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs). O objetivo é verificar se foram cumpridos os requisitos técnicos estabelecidos no Decreto nº 9727/ 2019 do Governo Federal.

A recomendação foi dirigida às secretarias executivas dos respectivos ministérios. A responsável pelo caso é a procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes.

Em 30 dias a contar da notificação, o MPF quer ser informado sobre as razões das nomeações e de eventuais exonerações dos cargos de direção nas autarquias, caso não tenham sido considerados os critérios do decreto. Essa norma visa justamente garantir maior qualidade, eficiência e probidade nos quadros da administração pública federal, exigindo perfil profissional ou formação acadêmica compatível com o cargo a ser ocupado.

Operação Outline 

Apurações do MPF, no âmbito da Operação Outline, apontaram indícios de que pessoas investigadas por irregularidades na execução e fiscalização de obras na BR-101 em Pernambuco teriam influenciado indicações de diretores e outros gestores do Dnit e do Dnocs, em diferentes anos.

Iniciada no ano passado e com a segunda etapa deflagrada em 8 de maio, a operação conta com atuação conjunta de MPF, Polícia Federal (PF), Tribunal de Contas da União (TCU) e Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE). De acordo com relatório do TCU, há indícios de possível desvio de parte dos recursos da obra, envolvendo a suposta prática dos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro

Conforme consta na recomendação, no momento do cumprimento dos mandados de busca e apreensão pela PF, o diretor-geral de uma das autarquias estava presente na residência de um dos investigados. Foi identificado ainda parentesco entre esse diretor-geral e o superintendente regional de uma das autarquias, o que para o MPF evidencia vínculo de parentesco na estrutura de subordinação e hierarquia da autarquia federal.

Na recomendação, a procuradora da República defende que “a moralidade exige do administrador público a prática de condutas baseadas na boa-fé, ou seja, impede que a administração pública seja utilizada como mecanismo de realização de interesses particulares do agente público, políticos ou não”.

Risco de corrupção 

Ao expedir a recomendação, o MPF considerou também relatório do TCU, de 2018, em que foi analisado o risco da prática de fraude e corrupção em 287 instituições, todas vinculadas ao Poder Executivo Federal. A auditoria apontou que o Dnocs e o Dnit como as com maior possibilidade de corrupção. Um dos aspectos considerados pelo tribunal foi justamente a ausência de critérios para a ocupação de cargos. Este ano, a previsão de despesas dessas autarquias é de R$ 11,5 bilhões para o Dnit e R$ 1 bilhão para o Dnocs.

O MPF definiu o prazo de 10 dias, a contar da notificação, para as secretarias executivas da Casa Civil, Infraestrutura e Desenvolvimento Regional informarem se acatarão ou não a recomendação. Em caso de descumprimento, poderão ser adotadas as medidas administrativas e judiciais cabíveis.

MPF quer garantir que nomeações no Dnit e Dnocs sigam critérios técnicos

  1. UM CRISTÃO disse:

    Somos totalmente a favor de que as indicações sigam critérios técnicos, mas só uma pergunta, por que só agora isto?

    1. Chico disse:

      Vamos olhar pra frente!!!!!!!!! que pensamento mais mesquinha!!!! por que algum tempo atras não agiram como devia, temos que questionar uma medida acertada agora??????

    2. José Francisco disse:

      passado é passado. Vamos olhar pra frente!!!!!!

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