O Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF-PE) quer informação dos Ministérios da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional, bem como da Casa Civil da Presidência da República, sobre os critérios de nomeação dos atuais ocupantes dos cargos de coordenador estadual, superintendente regional e diretor-geral das autarquias Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs). O objetivo é verificar se foram cumpridos os requisitos técnicos estabelecidos no Decreto nº 9727/ 2019 do Governo Federal.
A recomendação foi dirigida às secretarias executivas dos respectivos ministérios. A responsável pelo caso é a procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes.
Em 30 dias a contar da notificação, o MPF quer ser informado sobre as razões das nomeações e de eventuais exonerações dos cargos de direção nas autarquias, caso não tenham sido considerados os critérios do decreto. Essa norma visa justamente garantir maior qualidade, eficiência e probidade nos quadros da administração pública federal, exigindo perfil profissional ou formação acadêmica compatível com o cargo a ser ocupado.
Operação Outline
Apurações do MPF, no âmbito da Operação Outline, apontaram indícios de que pessoas investigadas por irregularidades na execução e fiscalização de obras na BR-101 em Pernambuco teriam influenciado indicações de diretores e outros gestores do Dnit e do Dnocs, em diferentes anos.
Iniciada no ano passado e com a segunda etapa deflagrada em 8 de maio, a operação conta com atuação conjunta de MPF, Polícia Federal (PF), Tribunal de Contas da União (TCU) e Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE). De acordo com relatório do TCU, há indícios de possível desvio de parte dos recursos da obra, envolvendo a suposta prática dos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro
Conforme consta na recomendação, no momento do cumprimento dos mandados de busca e apreensão pela PF, o diretor-geral de uma das autarquias estava presente na residência de um dos investigados. Foi identificado ainda parentesco entre esse diretor-geral e o superintendente regional de uma das autarquias, o que para o MPF evidencia vínculo de parentesco na estrutura de subordinação e hierarquia da autarquia federal.
Na recomendação, a procuradora da República defende que “a moralidade exige do administrador público a prática de condutas baseadas na boa-fé, ou seja, impede que a administração pública seja utilizada como mecanismo de realização de interesses particulares do agente público, políticos ou não”.
Risco de corrupção
Ao expedir a recomendação, o MPF considerou também relatório do TCU, de 2018, em que foi analisado o risco da prática de fraude e corrupção em 287 instituições, todas vinculadas ao Poder Executivo Federal. A auditoria apontou que o Dnocs e o Dnit como as com maior possibilidade de corrupção. Um dos aspectos considerados pelo tribunal foi justamente a ausência de critérios para a ocupação de cargos. Este ano, a previsão de despesas dessas autarquias é de R$ 11,5 bilhões para o Dnit e R$ 1 bilhão para o Dnocs.
O MPF definiu o prazo de 10 dias, a contar da notificação, para as secretarias executivas da Casa Civil, Infraestrutura e Desenvolvimento Regional informarem se acatarão ou não a recomendação. Em caso de descumprimento, poderão ser adotadas as medidas administrativas e judiciais cabíveis.
Somos totalmente a favor de que as indicações sigam critérios técnicos, mas só uma pergunta, por que só agora isto?
Vamos olhar pra frente!!!!!!!!! que pensamento mais mesquinha!!!! por que algum tempo atras não agiram como devia, temos que questionar uma medida acertada agora??????
passado é passado. Vamos olhar pra frente!!!!!!