Com base nos relatórios do trabalho realizado, o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco deverá ajuizar na justiça trabalhista um pacote de 67 ações civis públicas contra empresas do polo gesseiro inspecionadas no Sertão do Araripe. Delas, algumas já haviam sido fiscalizadas pelo órgão e estavam descumprindo tratos estabelecidos em Termos de Ajuste de Conduta (TACs) e em acordos judiciais.
Segundo o procurador do Trabalho Ulisses Dias de Carvalho, o órgão não deverá pedir na justiça a execução do já estabelecido, obrigando que as empresas paguem multas pelo não cumprimento do acordado anteriormente. “Essa estratégia do pagamento de multas, por meio das execuções, seja dos TACs ou dos acordos judiciais, não tem sido suficiente para coibir as irregularidades, deixando o trabalhador continuamente em prejuízo”, disse.
Carvalho afirma que as novas ações a serem movidas contra as empresas devem necessariamente pedir a suspensão da atividade produtiva, caso não cumpram a legislação.
O órgão também vai abrir procedimento para acompanhamento das políticas públicas de combate ao trabalho infantil do município de Ipubi, onde foi encontrada a exploração do trabalho de menor de 16 anos.
Intervenção
Diante das condições estruturais das empresas visitadas, muitas com risco de desabamento, o MPT solicitou ainda a intervenção dos órgãos de defesa civil dos municípios de Araripina, Ipubi e Ouricuri, bem como do Estado de Pernambuco, para que se reduzam os riscos de acidente de trabalho nos estabelecimentos fiscalizados. Deve ainda chamar para tratar da questão o sindicato patronal. Segundo o MPT, que tem feito ações constantes na região, a situação das empresas, salvo exceções, não apresenta melhora no cumprimento das leis. (fonte: Ascom MPT/foto reprodução)