Neste belo e realista artigo enviado ao Blog, o professor Geraldo Abreu desmistifica o Dia 15 de outubro, dedicado aos professores, lamentando que a categoria precisa muito mais de valorização do que de homenagens.
Confiram:
Aos colegas professores.
É sempre assim. Todo 15 de outubro recebemos um sem fim de mensagens, elogios, tapinha nas costas, ouvir promessas e promessas mentirosas de governantes de melhorias salariais e condições dignas de trabalho, e nada se conquista com avanços a nossa classe.
O professor é hoje um 1000 e uma utilidades, desviando-se totalmente da função ao qual se preparou durante a sua formação acadêmica. Somos pais, mães, tios, avôs e avós, e até em certos momentos somos babás. Em tempos atuais o ato de transmitir conhecimentos aos nossos alunos ficou em segundo plano. Sei lá, num terceiro, quarto, enfim último plano…pois no contexto atual em algumas instituições de ensino só faltam entregar a vassoura e rodo. Sobre remuneração, não vou citar aqui nessas linhas.
Creio que a demanda não seja apenas pública. As famílias precisam entender que a educação começa em casa. A educação social é tarefa dos pais, cabendo ao professor a educação formal. Infelizmente pais atribuem hoje ao estado e ao professor a responsabilidade pela educação holística dos seus filhos, mas eles esquecem que a educação se inicia no lar e que seu sucesso é um contínuo que começa nos primeiros meses de vida da criança e vai até a idade madura.
A culpa pela existência de um cidadão mal educado que joga lixo no chão e destrói patrimônio público e privado é mais dos pais, que não educaram na tenra idade o filho, do que do professor ou do Estado. O discurso é sempre o mesmo: o professor é um herói, um sacerdote abnegado da construção de um mundo melhor, mal pago, desvalorizado, abandonado pela sociedade e pelos governantes, que faz o melhor possível com o pouco que recebe.
Geraldo Abreu/Professor