No 110º aniversário de nascimento de Gonzagão, jornalista guarda ‘relíquias’

por Carlos Britto // 14 de maio de 2022 às 21:33

Foto: divulgação

Em 2022 o eterno Rei do Baião, Luiz Gonzaga, faria 110 anos no próximo dia 13 de dezembro, se estivesse vivo. Por este motivo, pesquisadores gonzagueanos de todo o Brasil se farão presentes daqui a 7 meses em Exu (PE), Sertão do Araripe, terra-natal do artista. Um deles é o jornalista Ney Vital. Ele possui em seu arquivo verdadeiras ‘relíquias’ sobre a vida e obra de Gonzagão: duas revistas do ano de 1952.

A publicação é uma reportagem, com o título ‘Luiz Gonzaga e sua alegria’, registrada na Revista O Cruzeiro, do Rio de Janeiro (RJ), ano XXIV, nº 39, edição 12 de setembro de 1952. Segundo Dominique Dreyfus, escritora francesa que escreveu a biografia ‘Vida de Viajante: A Saga de Luiz Gonzaga’, os anos de 1952, 1953 e 1954 foram de muitas viagens para realização de tournées pelo Brasil afora.

Ney Vital também possui selos originais e raros. Estes fazem parte da sua coleção de música, vida e obra de Luiz Gonzaga. Detalhe: a escrita Rosil, data de 10-07-1967, pertenceu a Rosil Cavalcanti, o qual foi parceiro e compositor de Luiz Gonzaga e de Jackson do Pandeiro.

O que impressiona? No dia 10 de julho de 1968 Rosil Cavalcanti morreu. Percebam o valor das datas. A assinatura é exatamente um ano antes dele falecer. Rosil Cavalcanti é o autor de centenas de clássicos da música brasileira. ‘Sebastiana’, ‘Aquarela Nordestina’, ‘Saudade de Campina Grande’, ‘Amigo Velho’, ‘Faz Força Zé’…Rosil de Assis Cavalcanti nasceu em Macaparana, Pernambuco.  Eu tive a honra de conhecer na década de 90 a viúva de Rosil, Maria das Neves, a Dona Nevinha“, lembra Vital.

A capa deste disco vinil consta no livro-biografia de Rosil Cavalcanti. O livro “Pra Dançar e Xaxar na Paraíba: Andanças de Rosil Cavalcanti”, de  Rômulo Nóbrega e José Batista Alves, tem prefácio de Agnello Amorim.

Trajetória

Radialista, humorista, percussionista e compositor, Rosil Cavalcanti era radicado na Paraíba, foi autor de obras clássicas da música brasileira, na voz de Jackson do Pandeiro, Marinês e Luiz Gonzaga, dentre outros intérpretes nacionais. A biografia de Rosil foi lançada em 2015 – uma homenagem ao seu centenário de nascimento, 47 anos depois de sua morte, em 1968, aos 53 anos de idade, em Campina Grande, onde viveu a maior parte de sua vida e se projetou no Brasil.

O livro “Pra Dançar e Xaxar na Paraíba” é enriquecido com vasta iconografia do biografado, suas fotos desde a infância, juventude, a vida de casado, em programa de rádio no papel do famoso personagem Capitão Zé Lagoa, além de imagens de Rosil com colegas de trabalho, artistas, músicos, suas caçadas e pescarias, capas e selos de discos.

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