Nova classe média brasileira já representa 53% da população, afirma estudo

por Carlos Britto // 20 de setembro de 2012 às 14:00

Na última década, 35 milhões de pessoas passaram a integrar a classe média no Brasil, segundo estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, divulgado nesta quinta-feira (20). No total, estima-se que o Brasil tenha 104 milhões de pessoas na classe média, o que representa 53% da população brasileira – 20% estão na classe alta e 28% na baixa. Em 2002, 38% da população estava na classe média.

A Secretaria de Assuntos Estratégicos considera classe média famílias “com baixa probabilidade de passarem a ser pobres no futuro próximo”, com renda per capita entre R$ 291 e R$ 1.019 por mês. O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, Moreira Franco, disse que a pesquisa é uma forma do governo e da sociedade conhecerem a classe média.

Temos 35 milhões de pessoas entrando para a classe média. Os senhores que aqui estão sabem do tamanho desta empreitada, desta mobilização, deste esforço de garantia de direitos ao cidadão. A pobreza no país neste período caiu de 27% para menos de 15% em 2012. A extrema pobreza, que é um dos desafios do governo, passou de 10% da população para menos de 5% da população. Em torno de 18 milhões de empregos foram criados neste período”, afirmou.

Moreira Franco afirmou que um dos objetivos do governo é combater a desigualdade. “Nós entendemos que a diferença não é ruim. As pessoas são diferentes, as pessoas querem praticar a diferença. O que temos de combater é a desigualdade”.

Progresso

De acordo com o estudo “Vozes da Classe Média”, a classe acessa mais os serviços particulares, como escolas e planos de saúde. Na classe baixa, 5% possuem convênios médicos – na classe média, esse percentual chega a 24%.

Os dados também mostram que a renda de 40% da classe média vem do trabalho, sendo que 50% trabalham mais de 40 horas semanais. Quando o assunto é economizar, a classe média poupa mais que a classe baixa (32% contra 24%) e menos que a classe alta, que poupa, em média, 51%.Com relação aos estudos, a SAE aponta que 14% dos jovens da classe média estão em escolas particulares. Já nas universidades eles representam apenas 7% dos alunos. (Fonte/G1)

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