O ambiente para a aprovação do Projeto de Lei 026/21 enviado à Câmara Municipal de Petrolina pelo prefeito Miguel Coelho (MDB), criando a Companhia de Saneamento e Águas do Sertão (SAAS), não poderia ser o mais adequado. Além da ampla maioria governista na Casa Plínio Amorim, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) – atual concessionária de água e esgoto na cidade – vem enfrentando um grande desgaste diante da população, por conta do serviço oferecido.
A votação não teve surpresas. Dos 20 vereadores que analisaram a proposta, 19 aprovaram o projeto, incluindo dois Elismar Gonçalves e Marquinhos do N4 (ambos do Podemos). O detalhe é que tanto Elismar quanto Marquinhos são aliados do deputado estadual licenciado e atual secretário de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, Lucas Ramos, um defensor da Compesa em Petrolina. O voto contrário foi do oposicionista independente, Professor Gilmar Santos (PT). Já Samara da Visão se absteve do voto.
A matéria recebeu três emendas – duas aditivas e uma modificativa, de autoria de Osório Siqueira (MDB), Ruy Wanderley (PSC), Josivaldo Barros (PSC), Gaturiano Cigano (DEM), Osinaldo Souza (MDB), Alex de Jesus (Republicanos), Capitão Alencar (Patriota), Junior Gás (Avante), Diogo Hoffmann (PSC) e Elismar Gonçalves. A emenda aditiva, no entanto, foi retirada em plenário.
Os argumentos a favor da nova concessionária foram vários. Um dos primeiros a falar, Cesar Durando (DEM) disse que os problemas da Compesa não são de agora. Ele considera “um descaso” a forma como a empresa administra o setor na cidade, que inclusive não se restringe a Petrolina. “A gente reclamações em várias outras cidades onde a Compesa presta o serviço. Do Sertão ao Litoral, é uma reclamação só”, pontuou.
Outro governista, Ruy Wanderley (PSC) afirmou que essa é uma discussão que se arrasta na casa legislativo desde a década de 90. Ele destacou que o projeto que cria a SAAS representa “um divisor de águas” para Petrolina e, apesar de ter sido enviado em caráter de urgência, não foi analisado de um dia para outro. “Tivemos o cuidado, convidei os vereadores para participarmos de uma reunião com a prefeitura, Armup, com o procurador do município. Convidamos a Compesa, a Arpe, a Secretaria de Meio Ambiente para tratarmos especificamente desse projeto”.
Críticas
Mas o Professor Gilmar não viu assim o projeto. Para o petista, faltou aprofundar essa discussão com os petrolinenses por meio de uma audiência pública. O vereador, que se considera “oposição independente” na Casa, afirmou que a SAAS não será uma empresa pública municipal, a exemplo de Juazeiro (BA), já que o município vai administrar apenas 51% das ações da empresa. Gilmar também destacou que não há garantia alguma de que a tarifa de água e esgoto não sofra reajuste e foi categórico ao afirmar que o projeto “é eleitoreiro e sem eficácia”.
Aborrecida com as palavras do Professor Gilmar, a vereadora Maria Elena (MDB) disse que Gilmar “joga para a plateia” de forma “patética”. “Me desculpem, mas essa forma patética de jogar para a plateia eu vejo como uma forma de atrair mais seguidores, de tentar manter a chama do mandato, mas que não engana ninguém”, alfinetou. Após a aprovação, o projeto seguirá para sanção do prefeito.
O Problema são os interesses outros que existem por trás disso.
Maria Elena, o Professor Gilmar está coberto de razão. Não há nenhuma garantia de que essa empresa vá servir de fato a população, está com cara de ser uma Compesa com uma nova roupa.
Infelizmente os vereadores da base governista só sabem dizer amém para o gestor, nem sequer estudam os projetos que venham a impactar de alguma forma a população.
Vocês tem que parar com isso (de dizer amém para o gestor) vocês são eleitos pelo povo e ao povo devem satisfações.
E nunca se esqueçam que um vereador, um deputado ou um senador, não devem satisfações ao prefeito, nem ao governador e nem ao presidente, são eleitos para fiscalizar os gestores e portanto estão a serviço do povo.
Então, deixa a compesa, assim como está. ???? Amiga, só tem como saber testando e fiscalizando.